Aleitamento materno e Covid-19

Eu sei que estamos todos atravessando um momento difícil. São muitas informações sendo lançadas nos veículos de comunicação, ainda poucas evidências científicas e temos muito mais questionamentos do que respostas relacionadas ao cuidado materno-infantil, à amamentação e covid-19. Tenho encontrado muitas mães e famílias angustiadas, com medo, sem saber qual a melhor conduta adotar.

Hoje me senti na missão de vir aqui e trazer um pouco mais de informações para vocês sobre aleitamento materno e covid-19. Tenho visto profissionais orientando o uso de fórmula infantil ou desencorajando muitas mulheres a amamentar. Pior que isso, recebi até um arquivo, com logotipo do Ministério da Saúde, orientando a interromper a amamentação em situação de infecção por Covid-19. Em tempos de pandemia e fake news, é melhor estarmos atentos!

Primeiro, tenhamos consciência de que é necessário o desprendimento de posições políticas e partidárias, vamos fazer aquilo que sempre deve ser feito quando se trata de saúde: seguir o conhecimento científico!

Até o momento, o único estudo clínico disponível no qual foram coletadas amostras de leite materno de nove mães com pneumonia, infectadas pelo Covid-19, acusou todas as amostras negativas.

Órgãos como o Center for Disease Control and Prevencion (CDC), órgão de vigilância do governo dos Estados Unidos, o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG), de Londres, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiras Obstetras (ABENFO) e o Ministério da Saúde, ressaltam os benefícios da amamentação e defendem que estes superam quaisquer riscos potenciais de transmissão do vírus através do leite materno. Esses órgãos recomendam que as mulheres portadoras do covid-19 que desejam amamentar, devem ser estimuladas a fazê-lo.

Além disso, sinalizam que a mãe infectada deve ser orientada para que adote medidas preventivas que visam a redução do risco de transmissão do vírus através de gotículas respiratórias durante o contato com a criança. Por isso, as mães infectadas devem ficar atentas às recomendações:

  • Higienização das mãos. Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos antes de tocar o bebê ou quando ordenhar (manualmente ou com bom extratora) o leite materno.
  • Uso de máscara. Usar máscara facial adequadamente (cobrindo completamente nariz e boca). Trocar a máscara imediatamente após tosse ou espirro. Trocar a máscara para novas mamadas (não reaproveitar a máscara).
  • Evitar falar ou tossir durante a amamentação.
  • Caso realize extração do leite, seguir as recomendações do Ministério da Saúde.
  • Seguir rigorosamente as recomendações para limpeza das bombas de extração de leite após cada uso.
  • Considerar a possibilidade de solicitar ajuda de alguém saudável para oferecer o leite materno ao bebê, seja no copinho, colher ou outro método que não tenha tanto impacto sobre a amamentação.

Sei que nesse momento muitas famílias terão sua rede de apoio diminuída. Sei também que recorrer às unidades de saúde, consultórios, ambulatórios, bancos de leite… não será possível, nem recomendado nesse período que temos como melhor tratamento para a pandemia o isolamento social. Mas também sei que tem muitos profissionais de saúde envolvidos nessa causa, apoiando famílias e bebês no aleitamento materno, lutando contra o covid-19, inclusive prestando atendimentos online. Recomendo buscar uma consultora em amamentação. O atendimento online pode não ser o mais desejado, mas pode ser uma grande ajuda nesse momento para não desmamar precocemente.

Minhas recomendações finais: Desligue-se um pouco das mídias. Busque informação científica. Siga profissionais que utilizam embasamento científico nas suas práticas. Fique em casa!

Compartilhe esse conteúdo para que mais mulheres e famílias tenham acesso a essa informação.

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A Somos Mães é uma ONG e uma empresa do setor 2,5 que nasceu em agosto de 2014. Com o objetivo de informar e acolher, produz conteúdo que impacta diariamente mais de 300 mil pessoas. Tem dois projetos incentivados pela Lei Rouanet.

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