Relactação e Translactação

Amamentar pode ser um sonho ou um medo. Quando seu bebê está com dificuldade de ser amamentado, bate o desespero e muitas dúvidas (“o que eu fazer?, “tenho leite ou não? “se meu bebê não consegue mamar, a fórmula é a única alternativa?”).

 

Como a maternidade “abre espaço” para muitos palpites, o primeiro palpite é “dá fórmula, uma mamadeira só…” Infelizmente num momento difícil como esse nos deparamos com muitas sugestões inadequadas. Entretanto, quando nos preparamos e nos informamos  sobre o assunto percebemos que para tudo tem uma solução.

 

A Relactação e a Translactação são  técnicas  semelhantes que podem ajudar você a continuar amamentando seu bebê, porém cada uma delas é usada de maneira distinta para dificuldades diferentes na amamentação.

 

As técnicas não devem ser indicadas de forma aleatória, sem ajuda de um profissional habilitado, porque quando indicada indiscriminadamente pode causar mais transtornos do que ajuda. Elas devem e podem servir de apoio para amamentação, mas não seguir como forma única de alimentar o bebê.

 

Vamos entender um pouco mais:

 

Relactação

 

Técnica utilizada na amamentação para estimular a produção do leite e/ou complementar a alimentação o bebê.

 

Indicação: 

 

  • mãe deixou de produzir leite;
  • quando o bebê é adotivo e a mãe deseja amamentar.

 

É importante ter um plano e acompanhamento de um profissional habilitado para não ultrapassar de 6 semanas para obter o seu objetivo inicial, que é a amamentação no seio materno.

 

Em ambas as técnicas o mesmo material é utilizado, conforme abaixo:

 

 Acopla-se uma sonda (4mm, pois precisa ser fina para o bebê fazer a força da sucção), em uma seringa ou um compartimento que contenha de preferência o leite materno . Há casos em que a mãe não consegue extrair o seu próprio leite, usa –se a fórmula  (temporariamente). A outra ponta da sonda é anexada perto do mamilo para o bebê sugar juntamente com o mamilo.

 

Esta sucção vai  estimular a produção do leite, podendo aumentar até não precisar mais do uso da sonda, trabalhando a musculatura da face e coordenando o movimento de sucção e deglutição (lábios, língua e  respiração). E não esquecendo que o vínculo mãe/bebê permanece.

 

Translactação

 

Técnica utilizada quando a mãe tem leite, mas não consegue amamentar por algum motivo.

 

Indicação:

 

  • comprometimento do fluxo mamário após uma cirurgia de redução de  mama anterior;
  • quando a mama não está sendo estimulada adequadamente devido a baixa força de sucção do bebê, que ocorre normalmente em prematuros ou em bebês com problemas congênitos;
  • freio lingual curto (após a realização do teste da linguinha), impedindo um sucção adequada. A fonoaudióloga neste momento  pode  ajudar  através da sua avaliação do frênulo labial ou lingual e diagnosticando  o problema e  indicando uma frenectomia, se necessário;
  • no prematuro deve ser estimulada a sucção  através do dedo e sonda para adequar e aumentar sua força de sucção.

 

Importante salientar que a translactação deve ter  uma duração menor que a relactação. Caso a dificuldade não seja resolvida é importante substituir a sonda pelo copinho ou copo de transição mantendo a amamentação para o vínculo mãe/bebê, sendo o foco prioritário  neste momento.

 

O fluxo do leite dado pela sonda deve ser observado e regulado para se aproximar do fluxo do seio materno. Caso não consiga que o bebê se alimente apenas do leite materno ou com o banco de leite, ofereça a fórmula (indicada pelo seu pediatra) através de “copinho” ou copo de transição.

 

O sucesso da translactação ocorre quando o bebê adormece na mama sem a sonda. Nestes  dois processos é importante não utilizar bicos artificiais, como  chupeta e mamadeira. E sempre ofereça o seio materno mesmo que o bebê não esteja com fome, pois ele se acalma e adormece.

 

Qualquer indicação inadequada destas técnicas pode ser prejudicial ao sucesso da amamentação.

 

Toda mulher que deseja amamentar precisa ser auxiliada, quando ocorre algum impedimento é preciso tentar saná-lo o mais rápido possível para que o bebê não tenha prejuízo e que não cause nenhuma frustração a esta mãe.  Passar segurança e esperança melhora a auto estima fazendo com que seja possível o leite fluir e o bebê se alimente adequadamente.

 

Procure um profissional habilitado para ajudá-la neste processo.

 

A empatia neste momento com a rede de apoio  e o profissional escolhido para utilizar estas técnicas é fundamental.

 

Participe do Curso de Gestantes do SMPV e tire suas dúvidas, confira nossa agenda e a nossa programação , sempre repleta de informação.   

Fga. Haydée B. L. Zamperlini
CRFa. 2 - 3468 Especialista em Audiologia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia Especialista em Motricidade Orofacial pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia Mestre em Distúrbios da Comunicação- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP Fonoaudióloga Clínica Assessoria Escolar Palestrante do Curso de Gestantes Somos Mães de Primeira Viagem Mãe do Flavio, do Augusto, da Marina e da Isabella

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