Práticas que podem prejudicar a amamentação

Sabemos que o aleitamento materno é o melhor alimento indicado aos bebês, que deve ser oferecido exclusivamente até os seis meses e complementado por dois anos ou mais. No entanto, existem algumas práticas que facilmente podem prejudicar o sucesso do aleitamento materno. Ter conhecimento sobre essas práticas é o primeiro passo para quem busca o sucesso na amamentação. Então, vamos a este conhecimento!

 

Fórmulas e bicos artificiais

 

Uma prática que ocorre com muita frequência, principalmente antes da descida do leite materno, é oferecer ao bebê outros leites para complementar o leite materno. Essa prática não contribuiu para o sucesso do aleitamento materno, pois faz com que a criança mame menos no peito. E para aumentar e manter a produção de leite é importante que o bebê mame até esvaziar o seio materno. Introduzir outros leites à alimentação do bebê, além de causar redução da produção de leite e reduzir o efeito protetor do leite materno contra doenças, pode provocar malefícios à saúde da criança, a exemplo das alergias.

 

A segunda prática que apresento aqui é o uso de mamadeira. O prejuízo está relacionado à criança preferir a mamadeira e recusar o peito. A sucção exercida no seio materno é bem diferente daquela realizada na mamadeira, causando uma confusão de bicos ao bebê. Além dessa prática poder prejudicar a amamentação, a falta dos movimentos que a criança faz para sugar o peito favorece o aparecimento de problemas como deformações no céu da boca e mau alinhamento dos dentes.

 

Outra prática muito frequente, ligada à crença de que acalma o bebê e ajuda a mãe, é o uso da chupeta. De fato, sugar acalma o bebê, porém usar chupeta pode acarretar em prejuízos à amamentação. Criança que usa chupeta tende a mamar menos tempo no peito, pode fazer confusão de bicos e isso pode levar ao desmame precoce. Além disso, o uso da chupeta também pode causar deformações no céu da boca, mau alinhamento dos dentes, problemas na fala, na mastigação e na respiração.

 

Ao usar a chupeta, a criança respira mais pela boca e menos pelo nariz, diminuindo a produção de saliva e aumentando o risco de cárie, infecções de ouvido, rinite e amigdalites. Portanto, além de não favorecer o aleitamento materno, o uso da chupeta está associado a outros importantes problemas de saúde da criança.

 

Medicamentos

 

O uso de medicamentos é uma prática muito comum no Brasil. No entanto, é considerado importante fator de risco para a interrupção precoce do aleitamento materno. Os principais fatores que relacionam o desmame ao uso materno de medicamentos são: prescrição realizada por médicos que não possuem conhecimento ou interesse sobre a segurança do uso de medicamentos durante o período de amamentação; o conteúdo das bulas dos medicamentos frequentemente recomenda a interrupção da amamentação ou o não uso de medicamentos nesse período; e o receio materno de que medicamentos prescritos possam provocar efeitos adversos em seus bebês.

 

Sabe-se que a maioria dos medicamentos pode ser consumida pelas mulheres que amamentam. No entanto, alguns não são recomendados, pois podem passar para o leite e afetar a criança. Dessa forma, é importante que a mulher consulte profissionais de saúde que possuam conhecimento sobre aleitamento materno antes de consumir qualquer tipo de medicamento durante a amamentação.

 

Cigarro

 

Há evidências de que filhos de tabagistas que são amamentados apresentam menor risco de doenças respiratórias que filhos de tabagistas não amamentados. Além disso, o aleitamento materno associado ao fumo é considerado menos prejudicial que o uso de fórmulas infantis. No entanto, as substâncias do cigarro, além de serem prejudiciais à mulher, passam para o leite materno.

 

O tabagismo durante o período de amamentação está associado à redução da produção láctea, ao menor tempo de aleitamento materno e ao risco de síndrome de morte súbita do lactente. Por isso, deve-se evitar o fumo durante a amamentação. Embora para algumas pessoas seja uma prática inadmissível, é importante lembrar que o tabagismo se trata de uma dependência química e psicológica.

 

Portanto, aconselha-se que as fumantes busquem tratamentos ainda no período pré-natal. No tratamento o uso materno de gomas de mascar ou de adesivos contendo nicotina é considerado seguro para uso durante a amamentação e deve ser incentivado.

 

Bebidas alcóolicas

 

Por fim, deixo aqui outro importante alerta: bebidas alcoólicas e amamentação! O Ministério da Saúde desaconselha o uso de qualquer bebida alcoólica durante a amamentação, pois o álcool passa para o leite materno. No entanto, a Sociedade Brasileira de Pediatria afirma que apesar de uma quantidade significativa ser secretada no leite, o álcool (etanol) não é considerado como uma droga perigosa para o lactente, desde que em doses e períodos limitados.

 

Agora, com as festas de final de ano, muitas mamães pensam em fazer um brinde… E aí, como fica a amamentação? Pois bem, a recomendação do tempo de interrupção da amamentação após cada drink (340 ml de cerveja; 141,7 ml de vinho; 42,2 ml de bebidas destiladas) é de duas horas. Ou seja, não é aconselhado o uso de bebidas alcoólicas durante a amamentação, mas se a mamãe quiser muito fazer um brinde, é importante considerar essa recomendação.

 

Desejo a todas mamães um feliz natal e um novo ano repleto de momentos de pura felicidade, que tenham muito leite materno e possam amamentar sentindo-se seguras e felizes! Nos encontramos em 2019 com mais textos sobre aleitamento materno.

 

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@amparomaterno

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Eveline Franco da Silva
Enfermeira Especialista em Enfermagem Obstétrica Especialista em Saúde Pública com ênfase em Saúde da Família Pós-graduanda em Cuidado Materno-Infantil com enfoque em Aleitamento Materno Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Docente do Ensino Superior na área de Saúde Materno-Infantil Consultora em Aleitamento Materno Consultora Acadêmica Idealizadora da Amparo Materno Redes Sociais: Instagram: @enf_eve @amparomaterno Facebook: Eveline Franco E-mail: evelinefranco@yahoo.com.br

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