10 Mitos e verdades sobre casos de dengue em crianças e recém-nascidos

Em meio a tantos casos registrados no Brasil, a pediatra Tatiana Cicerelli desmistifica boatos e ressalta a importância das gestantes em evitar o contágio

  1. Quadros de dengue nos pequenos podem apresentar os sintomas semelhantes aos de outras viroses?

Sim! 

Os quadros de dengue em crianças podem apresentar sintomas semelhantes aos de outras viroses, como febre, dor de cabeça, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos e erupção cutânea. Por isso, é importante consultar um médico para um diagnóstico preciso, especialmente em áreas endêmicas de dengue.

  1. O grande desafio de diagnóstico em bebês menores de 2 anos é a dificuldade dos pequenos em expressar sintomas?

Sim, isso é correto. O diagnóstico de dengue em bebês menores de 2 anos pode ser desafiador devido à sua dificuldade em expressar sintomas de forma clara. Os bebês podem não conseguir comunicar adequadamente seus sintomas, o que pode dificultar a identificação da doença pelos pais ou cuidadores. Além disso, os sintomas da dengue em bebês podem ser menos específicos e mais sutis do que em crianças mais velhas ou adultos, o que pode levar a um diagnóstico mais demorado ou incorreto. Portanto, é importante estar atento a quaisquer sinais de doença e buscar orientação médica se houver preocupações.

  1. Dor abdominal em crianças pode ser indicativo de dengue?

Sim, dor abdominal em crianças pode ser um sintoma da dengue, especialmente se acompanhada de outros sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e vômitos. No entanto, é importante observar que a dor abdominal pode ter diversas causas em crianças, incluindo infecções virais, gastrointestinais ou urinárias, entre outras. Portanto, se uma criança apresentar dor abdominal, especialmente se houver outros sintomas sugestivos de dengue ou se estiver em uma área endêmica da doença, é importante consultar um médico para avaliação e diagnóstico adequados.

  1. Crianças podem fazer o exame de PCR ou detecção do antígeno viral (NS-1)?

Sim, crianças podem fazer o exame de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) ou detecção do antígeno viral (NS1) para diagnóstico da dengue. Estes exames são métodos comuns utilizados para detectar o vírus da dengue no sangue do paciente. O exame de PCR detecta o material genético do vírus, enquanto o teste de detecção do antígeno NS1 detecta uma proteína viral específica. Esses testes podem ser realizados em crianças, embora o método exato de coleta de amostras e a interpretação dos resultados possam variar de acordo com a idade e a capacidade de colaboração da criança. Sempre é recomendado consultar um médico para determinar o melhor curso de ação para diagnóstico e tratamento.

  1. O tratamento pode incluir analgésicos?

Sim, o tratamento da dengue pode incluir analgésicos para ajudar a aliviar os sintomas de dor, como dores musculares e de cabeça, que são comuns durante a doença. No entanto, é importante evitar medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e naproxeno, pois podem aumentar o risco de complicações hemorrágicas associadas à dengue. Em vez disso, os analgésicos recomendados para o tratamento da dengue incluem paracetamol, que é considerado seguro para uso durante a infecção por dengue. Sempre é importante seguir as orientações médicas e as instruções de dosagem adequadas ao administrar analgésicos para crianças.

  1. Crianças não podem ser vacinadas contra a dengue?

A diretriz brasileira autoriza a vacina  “Q Denga” a partir dos 4 anos de idade. 

  1. É proibido o uso de repelentes em recém-nascidos?

O uso de repelentes em recém-nascidos não é aconselhado e sob necessidades estrita, deve ser feito com cautela e somente sob orientação médica. Em geral, a maioria dos produtos repelentes não é recomendada para uso em bebês com menos de 2 meses de idade devido à sensibilidade da pele e ao risco de toxicidade. Recomenda-se que os pais consultem um pediatra antes de usar qualquer tipo de repelente em bebês, especialmente em recém-nascidos. O médico poderá fornecer orientações específicas sobre o uso seguro de repelentes em bebês, incluindo a escolha do produto mais adequado e a aplicação correta. Além disso, é importante tomar outras medidas para proteger os bebês de picadas de insetos, como manter os bebês cobertos com roupas leves e usar mosquiteiros em berços e carrinhos.

  1. Respiração rápida não é sintoma da doença nos pequenos?

Respiração rápida não é um sintoma típico da dengue em bebês e crianças pequenas. Os sintomas mais comuns da dengue em crianças incluem febre, dores musculares, dor de cabeça, dor abdominal, náuseas, vômitos e erupção cutânea. No entanto, se uma criança desenvolver dificuldade respiratória, isso pode indicar uma complicação grave da dengue, como síndrome de choque por dengue ou dengue grave, que requer atenção médica imediata. É importante monitorar de perto os sintomas de uma criança com suspeita de dengue e procurar assistência médica se houver sinais de complicações respiratórias ou outros sintomas graves.

  1. Não foram registrados casos de crianças assintomáticas?

A dengue é uma doença viral transmitida principalmente por mosquitos infectados. Em geral, os casos de dengue envolvem sintomas como febre, dores musculares, dor de cabeça, dor abdominal, náuseas, vômitos e erupção cutânea. No entanto, é possível que algumas pessoas, incluindo crianças, possam ser infectadas pelo vírus da dengue e não apresentar sintomas, sendo assintomáticas.

Embora casos assintomáticos de dengue possam ocorrer em pessoas de qualquer idade, é mais comum que crianças e adultos jovens tenham casos assintomáticos ou apresentem sintomas leves que passam despercebidos. No entanto, é importante notar que a gravidade dos sintomas da dengue pode variar amplamente de pessoa para pessoa, e algumas crianças podem desenvolver complicações graves, especialmente se forem infectadas por um sorotipo diferente do vírus da dengue após uma infecção anterior.

É importante seguir as recomendações de prevenção da dengue, como eliminar criadouros de mosquitos, usar repelente, roupas protetoras e telas em janelas e portas, independentemente de apresentar sintomas ou não.

  1. Ácido acetilsalicílico, como a aspirina, pode ser usado no tratamento?

Não, o ácido acetilsalicílico (aspirina) não deve ser usado no tratamento da dengue. O uso de aspirina e outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e naproxeno, não é recomendado para o tratamento da dengue devido ao risco de complicações hemorrágicas, especialmente em casos de dengue grave.

Em vez disso, para aliviar os sintomas da dengue, como febre e dores, é recomendado o uso de paracetamol, que é considerado mais seguro em casos de infecção por dengue. No entanto, é importante seguir as orientações médicas e as instruções de dosagem adequadas ao administrar qualquer medicamento, incluindo paracetamol, durante a dengue. Sempre consulte um médico para obter orientações específicas sobre o tratamento da dengue.

Tatiana Cicerelli Marchini – Médica Pediatra e Neonatologista –  CRM-SP 129889

Formação em Medicina pela Universidade São Francisco em 2007. Fez residência médica em Pediatria pelo Hospital Universitário São Francisco e também em Neonatologia pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. É especialista em Pediatria e em Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Membro da American Academy of Pediatrics (AAP). Possui Certificação em Amamentação e em Reanimação Neonatal, ambas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Experiência profissional com atuação em Ambulatório de Recém Nascido de Alto Risco e também em Consultório Médico 

Atua, ainda, como Neonatologista na Equipe da Clínica Parto com Amor, atendendo nas principais maternidades de São Paulo – Hospitais Albert Einstein, São Luiz, Pro Matre , Santa Joana – com foco na assistência humanizada ao parto.

Mais informações: https://www.instagram.com/dratatianacicerelli/

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Somos Mãeshttps://somosmaes.com.br/
A Somos Mães é uma ONG e uma empresa do setor 2,5 que nasceu em agosto de 2014. Com o objetivo de informar e acolher, produz conteúdo que impacta diariamente mais de 300 mil pessoas. Tem dois projetos incentivados pela Lei Rouanet.

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