Quando o casal deve se preocupar com a fertilidade?

A maioria dos casais que buscam ajuda para engravidar antes era um casal que evitou a gestação de alguma forma e por um bom tempo. E a partir do momento que não se obtém sucesso um milhão de questionamentos vem a cabeça e, entre eles, quando procurar ajuda.

 

A dificuldade para ter filhos pode estar relacionada à diversas causas. Estresse, excesso de peso e endometriose, por exemplo, podem desencadear a infertilidade, que afeta até 20% dos casais em idade reprodutiva. Através de formulas matemáticas a medicina orientava, de uma forma geral, que o casal que não obtivesse uma gestação após 1 ano de tentativas de engravidar deveria procurar ajuda. Contudo, isso hoje não deve ser levado tão estrito. Muitos casais não devem esperar tanto, pois o tempo para eles é ouro: casais que têm idade acima de 37 anos; mulheres que têm ciclo menstrual irregular ou ausentes; passado de abortos espontâneos; histórico prévio de infecção pélvica conhecida; dor abdominal severa que se suspeite/conheça a presença de endometriose; e  homens que nos exames pré-nupciais detectaram alteração no sêmen.

 

O número de casais procurando ajuda no campo da infertilidade vem em um crescente real. Os números só aumentam e hoje basta ir a uma maternidade ou abrir uma revista para notar o aumento no numero de gêmeos! Contudo, o casal deve superar sempre a primeira barreira do “preconceito” e aceitar que buscar ajuda de um bom profissional poderá poupar muito sofrimento e acelerar a busca do sonhado bebê.

 

Em recente pesquisa com executivas da wallstreet, centro financeiro americano, mais de 90% acreditavam que poderiam ser mãe quando quisessem e não se preocupavam com idade. A nossa sociedade moderna não levou em consideração que a função reprodutiva feminina é finita, pois o número total de óvulos já esta determinado desde o nascimento e não há como parar o tempo. Do ponto de vista de resultados em tratamentos a melhor etapa para se engravidar é até os 30 anos – fato. Depois disso é uma corrida contra o tempo. A saber: quantidade e qualidade de óvulos que se vão.

 

O tratamento de pacientes com idade mais avançada representa um dos maiores desafios da medicina reprodutiva. Os avanços das técnicas levaram ao aumento significativo no sucesso gestacional em pacientes com idade inferior a 35 anos. No entanto, esse crescimento não ocorreu nas taxas de gestação nas pacientes com mais 35 anos. Nesses casos, há uma dificuldade na resposta ovariana da paciente e um menor número óvulos com qualidade para os tratamentos. Como consequência, temos uma eficácia reduzida na implantação dos embriões, baixas taxas de gestação e altas taxas de aborto espontâneo. Também há maior incidência de problemas genéticos nos gametas dessas pacientes. 
 

A investigação básica e avançada deve ser o passo inicial do processo. Entender para tratar. É importante deixar claro que o diagnóstico da infertilidade é conjugal e não só da mulher ou do homem. Por essa razão, no processo de avaliação ambos passam por uma consulta médica. Além de exames mais detalhados, que serão solicitados conforme os achados dessa consulta médica, o casal deverá fazer uma bateria de exames. Depois disso é encarar o problema de frente e nos casos necessários fazer os tratamentos indicados.

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Dr. Vamberto Maia Filho
Graduação em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Realizou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (2004) e em Reprodução Humana (2005) pelo Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP). Possui título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO/TEGO - 2004) e em endoscopia ginecológica (Video-laparoscopia e Histeroscopia - FEBRASGO - 2005). Doutor em ciências médicas pela UNIFESP (2010). Foi diretor médico do Centro de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana - SP. Ex-sócio do grupo Huntington Medicina Reprodutiva. Médico do setor de Ginecologia-Endócrina da UNIFESP com enfase no ensino com linha de pesquisa em implantação embrionária. Responsável pelo ambulatório de hirsutismo do setor de Ginecologia-Endócrina da UNIFESP Doutor pela UNIFESP. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Experiência na área de Ginecologia, com ênfase em Reprodução Humana.

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