Pesquisa inédita: mãe é a figura mais presente quando o assunto é educação sexual (64%); participação paterna é de 27%

As mães têm sido as principais responsáveis pela educação sexual dos filhos, independentemente do gênero

Em pleno século XXI, a sexualidade ainda é um tema que carrega preconceitos e estereótipos. Mesmo sendo apenas mais um aspecto do desenvolvimento das pessoas, o assunto traz dúvidas e chega a ser proibido, reprimido e visto com certa estranheza nos espaços da sociedade. 

É o que mostra o levantamento de 2023 “Sexo sem Tabus” realizado pela MindMiners, empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital. De acordo com o estudo, além do estágio de vida em que os indivíduos estão, outras características influenciam o modo como a sexualidade é vivida: o gênero,  o quanto a família é liberal ou conservadora, se houve acesso ou não a uma educação sexual efetiva, entre tantos outros aspectos.

A pesquisa considerou o recorte geracional e regional – trazendo pontos importantes como “Vida sexual: comportamentos e opiniões”,  “Explorando desejos e necessidades”“Sexo Seguro”, “Pais & Filhos: vencendo tabus”, entre outras abordagens. 

Para a Coordenadora de Insights da MindMiners, Juliana Tranjan, a sexualidade humana é um tema que merece destaque pois é, cada vez mais, foco do mercado e das empresas. “Esse segmento de saúde e bem-estar sexual tem crescido bastante nas últimas décadas, seja nos valores envolvidos, seja na quantidade de produtos lançados. Vemos cada vez mais empresas criando coragem para tornar a sexualidade um tabu distante, não apenas com os inúmeros métodos contraceptivos, mas com lançamentos de sex toys de todos os tipos e diferentes produtos de “sexcare”.”, explica. 

Vida sexual: comportamentos e opiniões

No passado, em nossa cultura, falar sobre temas sexuais era visto como algo errado. Havia muita repressão, desconhecimento, vergonha, medo e culpa.  As relações íntimas eram apenas permitidas após o casamento. E, mesmo após o matrimônio, havia pouca liberdade entre o casal para descobertas, experiências e prazeres. 

Hoje, pensamentos como esses são considerados antiquados, atrasados, ultrapassados. Sexo e sexualidade ganharam espaço na sociedade. Pessoas podem ter

vidas sexuais ativas independentemente do seu status de relacionamento, isto é, encontros casuais já são vistos como algo normal.

Entretanto, mesmo com essas evoluções, o assunto continua sendo um tabu para muitas pessoas. Na pesquisa, a MindMiners buscou entender a dinâmica dos relacionamentos e as opiniões dos mais de 2 mil respondentes sobre o tema do estudo.  

Quando o estudo pergunta sobre a vida sexual dos respondentes:

  • 76% afirmam ser sexualmente ativos. Esse percentual é significativamente maior entre aqueles que estão atualmente em um relacionamento (93%) e muito menor entre os que não têm um parceiro fixo (52%);
  • 50% dos respondentes revelaram ter tido a primeira relação sexual até os 18 anos de idade;
  • Ao longo de suas vidas, os respondentes revelaram ter tido poucos parceiros sexuais. 41% se relacionaram sexualmente com até três pessoas e 25% de 4 a 10 parceiros. 

Sobre a utilização de aplicativos, o estudo destaca que:

  • 38% dos entrevistados afirmaram já ter utilizado canais de relacionamento. E, dentre eles, 35% utilizam atualmente; 
  • 71% dos usuários ativos dessas plataformas afirmam gostar de conhecer pessoas por meio de aplicativos e 59% procuram parceiros com frequência nesse tipo de canal.

Pela pesquisa, podemos dizer que a prática sexual começa já a partir da adolescência. Por isso, é tão fundamental discutir o tema, trazendo informações completas sobre sexualidade, saúde reprodutiva e prevenção de doenças, como as chamadas IST’s – infecções sexualmente transmissíveis. Inclusive, para 74%, falar sobre sexo é uma questão de segurança.

No estudo, os respondentes revelam como  obtiveram as primeiras orientações sobre o tema sexualidade: 

  • 30%  com amigos;
  • 30% na escola;
  • 27% com familiares;
  • 26% pela internet; 
  • 9% com médicos.

Como apontado no levantamento, nem sempre a primeira fonte de informação é confiável. Os amigos e a internet, por exemplo, podem trazer ideias equivocadas. Entretanto, na maior parte das vezes as famílias não estão preparadas ou munidas de informação correta, o que também pode ser prejudicial. 

“Por esse motivo, é tão importante discutir o tema em escolas e ter sempre profissionais da saúde orientando.  Além disso, as marcas também podem exercer o papel de mediadoras, sendo responsáveis por ampliar o debate e levar informação precisa a mais pessoas, principalmente aos jovens”, ressalta Flávia Rodrigues, responsável pela condução da pesquisa. Quando se trata do diálogo por parte dos familiares, a mãe é a figura mais presente, com 64% – mais do que o dobro da participação paterna (27%).

Desejos e necessidades

Sabendo que o sexo apresenta uma série de benefícios para a saúde física e mental, o estudo “Sexo sem Tabus” buscou compreender como os respondentes experimentam a sexualidade, quais são suas principais vontades, necessidades e dificuldades. Enquanto algumas pessoas podem considerar o sexo como fundamental, outras podem se sentir completamente satisfeitas sem ele.

Existem diversos fatores que influenciam na forma como as pessoas enxergam e lidam com esse tema. A insegurança sobre o corpo, problemas de saúde física ou mental e desejos ou vontades sexuais reprimidos pelo medo do julgamento são alguns exemplos.  Abaixo, alguns destaques:

  • 70% dos respondentes consideram o sexo importante;
  • 59% se dizem satisfeitos com a sua vida sexual;
  • 39% das pessoas entrevistadas já fingiram orgasmo, sendo que entre as mulheres esse número é de 54% e entre os homens é de 23%;
  • 53% consideram que a saúde mental impacta diretamente no desejo sexual;
  • 21% não se sentem confortáveis para ficar sem roupa na hora do sexo. Esse desconforto se mostra um pouco maior entre as mulheres (24%). Entre os homens o valor é de (18%). 

Pela pesquisa, vemos que mais da metade das pessoas sente que a saúde mental impacta diretamente no desejo sexual delas. Esse é um número bastante expressivo que deve ser melhor analisado. Observamos que, entre uma lista de condições, a ansiedade, o estresse e a depressão são as que mais se destacam. 

Não é coincidência que sejam conhecidas como as doenças do século XXI. De acordo com dados do IBGE, de 201910% dos brasileiros sofrem de depressão – e esse número pode ter aumentado após a pandemia. Por esse motivo, as pessoas estão cada vez mais conscientes da importância do tema e procurado cuidar melhor de si mesmas.

Saúde sexual 

Falar sobre sexo é importante, mas falar sobre saúde sexual é tão importante quanto.

Um dos objetivos do estudo “Sexo sem Tabu” é trazer o questionamento: quantas pessoas realmente se preocupam em manter uma rotina médica com especialistas nesta área?

É fundamental que essa prática seja incorporada desde cedo para garantir uma orientação correta sobre prevenção de doenças e uma possível gravidez indesejada. Lembrando que existem diversas opções de métodos contraceptivos e de prevenção de ISTs disponíveis, cada um com suas próprias vantagens e desvantagens.  Mas e aí,  como a população tem se comportado em relação ao tema? 

De acordo com a pesquisa:

  • 38% dos entrevistados não possuem o hábito de ir ao médico para checar aspectos da saúde sexual;
  • 46% utilizam métodos contraceptivos;
  • 14% das mulheres já engravidaram mesmo fazendo o uso correto de métodos contraceptivos;
  • 38% costumam sempre ter camisinhas dentro da bolsa/bolso/carteira e em casa para que o sexo seja sempre seguro. Esse comportamento é mais comum entre os homens (48%) do que entre as mulheres (33%);
  • 73% são a favor do anticoncepcional masculino para que não seja uma responsabilidade apenas das mulheres, sendo uma vontade maior entre as mulheres (80%) do que entre os homens (66%);
  • 46% não utilizam nenhum método para prevenção de ISTs .

A educação sexual é uma ferramenta de orientação e autoconhecimento que, por meio do diálogo, leva as pessoas a refletirem e elaborarem sentimentos sobre conhecimentos e comportamentos relacionados à sexualidade humana. É por meio dela que os indivíduos podem se livrar de preconceitos, sanando dúvidas sobre o corpo e as formas de obter prazer, além de mostrar os riscos de alguns comportamentos, promovendo saúde e exploração da sexualidade de maneira responsável. 

“O objetivo da MindMiners, por meio desta e outras pesquisas, é ser um fio condutor para as pessoas e empresas que desejam se posicionar com responsabilidade, com base em informações reais e corretas.  Sabemos que existe uma complexidade que vai além dos perfis demográficos. Os insights obtidos neste estudo são o primeiro passo, mas é possível ir além com estudos de teor mais comportamental ou de segmentação, que identificam grupos com distinções comportamentais e os dimensionam”, finaliza Juliana Tranjan. 

De onde surgem os dados da MindMiners?

O MeSeems é o painel de respondentes proprietários da MindMiners e uma plataforma de recompensas para as pessoas que o utilizam. Atualmente, conta com mais de 4 milhões de contas cadastradas e possui representatividade em todas as faixas etárias, classes sociais e regiões do país.

Diariamente, são disparados questionários com perguntas sobre diferentes categorias e hábitos de compra, perfil sociodemográfico, comportamento, consumo de mídia, interesses e atitudes. Todas essas respostas dão origem aos dados disponibilizados nos Clusters da MindMiners.

A plataforma permite que as marcas clientes da MindMiners estejam 24 horas conectadas a consumidores reais. Por meio do MeSeems, é possível mapear, visualizar, explorar e traduzir em dados diversos aspectos do comportamento humano. Sempre de forma rápida, fácil e confiável.

O MeSeems existe para garantir que os dados da MindMiners sejam capazes de  entregar aos clientes um retrato fiel, e em tempo real, da vida dos mais diversos perfis de pessoas ao redor de todo o Brasil.

MindMiners 

A MindMiners é uma empresa de tecnologia que, desde 2013, possui o objetivo e o  compromisso constante com a inovação para trazer disrupção para o mercado de pesquisa. A empresa combina tecnologia e pesquisa de mercado para garantir que as perguntas mais desafiadoras sejam respondidas pelas pessoas. Assim, as empresas podem saber mais sobre o comportamento dos consumidores, encontrando sempre respostas ágeis e confiáveis para seguir em suas ações de mercado. 

Somos Mãeshttps://somosmaes.com.br/
A Somos Mães é uma ONG e uma empresa do setor 2,5 que nasceu em agosto de 2014. Com o objetivo de informar e acolher, produz conteúdo que impacta diariamente mais de 300 mil pessoas. Tem dois projetos incentivados pela Lei Rouanet.

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