Iniciando a alimentação complementar – papa salgada

Cerca de uma semana após a introdução da papa de fruta, é hora de iniciar a papinha salgada, no horário do almoço. Ela deve conter uma a duas porções do grupo verduras e legumes e, uma porção de cada um dos outros três grupos. Veja os quatro grupos de alimentos na tabela abaixo:

 

Grupo de alimentos

Cereais, tubérculos – Arroz, macarrão, mandioca, batata, batata doce, cará, inhame.

Leguminosas – Feijões, ervilha, lentilha, grão de bico e soja.

Legumes e Verduras – Cenoura, couve-flor, abóbora, abobrinha, brócolis, chuchu, beterraba, folhas verdes, entre outras.

Carnes ou ovo – Frango, peixe, boi, ovo, miúdos (bife de fígado).

 

É importante variar ao máximo os alimentos para que a criança receba todos os nutrientes que necessita e também, para contribuir com a formação de bons hábitos alimentares. 

 

Vale ressaltar que as refeições devem ser oferecidas sem rigidez de horário, respeitando sempre a vontade da criança.

 

A papa deve ser amassada com garfo, evitando liquidificar. Se os pedaços de carne ficarem muito grandes, este alimento pode ser desfiado ou liquidificado separadamente e depois acrescentado ao prato.

 

Os temperos devem ser leves e sempre naturais, podendo utilizar por exemplo: alho, cebola, azeite, cebolinha, salsinha, manjericão e coentro. O sal deve ser utilizado com bastante moderação, e o uso de temperos prontos como caldo de carne ou galinha, molho de soja, entre outros, não é recomendado.

A papa salgada deve ser cozida em pouca água, sendo que no final do cozimento praticamente toda a água deve ter sido evaporada, ou seja, os alimentos devem ser cozidos apenas em água suficiente para amaciá-los.

 

Pais vegetarianos ou veganos

 

Para pais vegetarianos ou veganos que pretendem estender esse costume aos pequenos, sugiro um cuidado e atenção especial. Alguns estudos apontam que crianças vegetarianas ou veganas podem ter seu crescimento e índice de massa corporal prejudicados. Porém, também existem estudos que não encontraram diferenças significantes no desenvolvimento de crianças com restrição de proteína animal, quando comparadas às crianças não vegetarianas.

 

É certo que a carne é a principal fonte de ferro em nossa alimentação, sendo uma importante aliada na prevenção da anemia ferropriva. Além disso, é também fonte de vitamina B12, esta fundamental ao sistema imunológico. Assim, é comum a necessidade de suplementação de ferro e vitamina B12, para bebês veganos ou vegetarianos.

 

Quando a família opta por uma alimentação vegetariana já no primeiro ano de vida da criança, devem garantir uma papa com boas fontes de proteína vegetal (como as leguminosas) para não prejudicar o bom desenvolvimento pôndero-estatural; além disso, é importante oferecer alimentos ricos em ferro (como o feijão e as verduras verdes escuras), e atentar para as calorias oferecidas, lembrando que os vegetais costumam ser menos calóricos. Também sugiro oferecer frutas cítricas como sobremesa, já que a vitamina C presente nestes alimentos facilita a absorção do ferro.

 

Procure respeitar a vontade e o apetite do pequeno, não insista mais do que três vezes e deixe que ele interaja com os alimentos. Caso a criança rejeite a papinha, não se deve oferecer outros alimentos como mamadeira, sucos ou biscoitos; quando eles estiverem com fome, tendem a aceitar a refeição. 

 

A formação do hábito alimentar da criança começa com a introdução da alimentação complementar. Assim, é preciso atenção e cuidados para garantir a melhor qualidade dos alimentos, para que no futuro nossas crianças sejam adultos saudáveis.

Maria Fernanda Naufel

Doutoranda em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM (iniciado em 2014).

Título de Mestre em Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM (concluído em 2009).

Título de Especialista em Nutrição Pediátrica pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM (concluído em 2005).

Carreira desenvolvida na área acadêmica e de nutrição clínica, com sólida experiência em nutrição infantil, nutrição clínica e nutrição em nefrologia.

Graduada em nutrição pela Pontifícia Universidade Católica – PUC-Campinas (concluído em 2004).

Somos Mãeshttps://somosmaes.com.br/
A Somos Mães é uma ONG e uma empresa do setor 2,5 que nasceu em agosto de 2014. Com o objetivo de informar e acolher, produz conteúdo que impacta diariamente mais de 300 mil pessoas. Tem dois projetos incentivados pela Lei Rouanet.

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