Este livro foi escrito de maneira despretensiosa, um processo artesanal, que começou como uma brincadeira e seguiu sua transformação para leitura, sem um gênero literário estabelecido.
A escrita foi parte de um jogo, entre mãe e filha, para superar momentos de muita ansiedade, surgidos durante o isolamento social, nos primeiros meses da pandemia covid19.
A proposta foi escrever a partir de palavras sorteadas, sem que uma lesse os textos da outra antes que estivessem prontos. O resultado as agradou e, depois de meses escrevendo, e outros tantos meses relendo e conversando com pessoas: leitores, amigos, autores, editores, se encorajaram a publicar.
Os caminhos foram aleatórios, mas, curiosamente, muitos textos parecem ter (alguns têm) o mesmo referencial, como se houvesse um combinado de que determinada palavra fosse institucionalmente significada igual (sem intenção). Letícia (a filha – 19 anos) optou por escrever sobre as palavras, ou seja, elegeu a palavra como tema. Já Daniela (a mãe – 49 anos) trouxe as palavras em destaque, como elementos dos textos.
A filha que sofreu uma crise diagnosticada como “ansiedade generalizada” tem um tom profundo, doído, com desabafos bastante sentimentais. A mãe, de modo cuidadoso, buscou a leveza e o humor em seus textos, como se quisesse apontar para a esperança de dias melhores, sem provocar julgamentos ou cobranças. O que, por vezes, remete a uma inversão de maturidade, o que não deixa de ser proteção materna.
O título do livro abrange muitos significados: uma coletânea de algumas histórias biográficas, outras criadas em fantasia, muitas licenças poéticas, alguns relatos do diário da pandemia e outras muitas reflexões sobre o período pandêmico, isto é, uma mistura de estilos que não se define ou categoriza, demonstrada pelo verbo girar que denota movimento, ciclos de troca entre mãe, filha e os leitores que também podem jogar e acrescentar seus sentidos, significados e memórias por meio das palavras.
Essa alternância dos giros está presente também nos campos de girassóis, onde as flores se viram em busca do sol e nem sempre o encontram. Como na relação de mãe e filha, profunda e para além das palavras ditas, conectadas pelo amor que guia e acolhe.
A capa foi desenhada pela jovem artista Valentina Toi, amiga da Letícia desde a infância e o prefácio, um presente da também escritora Patrícia Cerqueira, amiga de Daniela.
O convite é para você girar também!
GIRA, O LIVRO – CONFIDÊNCIAS VIVIDAS E INVENTADAS – Daniela Cais Chieppe e Letícia Cais Chieppe Carvalho – Selo Adelante – Editora Gulliver.
Livro impresso à venda pelo site da editora – www.gullivereditora.com.br ou diretamente com a autora Letícia Cais pelo instagram (@lele_chieppe).
E-book à venda nas principais plataformas digitais.