Por meio de um simples teste de sangue é possível medir os níveis do hormônio anti-mülleriano, produzido pelas células dos ovários, e saber como está a saúde reprodutiva e até que idade a mulher poderá engravidar.
Cada vez mais as brasileiras estão deixando para ter o primeiro filho após os 30 anos. O percentual de mães nesta faixa etária cresceu na última década no país, passando de 22,5% em 2000 para 30,2% em 2012, segundo o estudo “Saúde Brasil”, divulgado em 2014, pelo Ministério da Saúde. Apesar do aspecto positivo, como a dedicação à carreira profissional, essa tendência traz algumas preocupações para as mulheres, uma vez que, quanto maior a idade, maior também é a dificuldade de engravidar.
A partir dos 35 anos há uma diminuição da produção de óvulos viáveis para que ocorra a fecundação. Porém, a função ovariana varia de acordo com cada pessoa. O exame anti-mülleriano ajuda a planejar melhor a maternidade e pode evitar problemas, já que é possível saber como estar a reserva ovariana.
“Atualmente, este exame é considerado o mais efetivo como marcador do declínio da idade reprodutiva, predizendo a alta, adequada ou baixa resposta ovariana”, afirma Dr. Ricardo Oliveira, diretor médico e fundador do laboratório RDO. “Como as mulheres estão deixando para engravidar mais tarde, a dosagem do hormônio é um novo recurso para ajudar a planejar a maternidade ou até mesmo na decisão de congelar os óvulos, por exemplo, para uma gravidez futura ou mesmo em caráter preventivo em caso de pacientes com câncer.”
Do sangue que é coletado da mulher são medidos os níveis do hormônio anti-mülleriano (AMH), produzido pelas células dos ovários e que controla o desenvolvimento dos folículos (a partir dos quais os óvulos se desenvolvem). Com o resultado da dosagem hormonal, é feita uma avaliação da reserva ovariana, indicando, por exemplo, a quantidade de óvulos, quando eles devem acabar e o início da menopausa.
A dosagem sanguínea pode ser realizada em qualquer fase do ciclo menstrual. “Comparado com outros testes, o anti-mülleriano parece ser o melhor biomarcador da função dos ovários, predizendo o declínio da quantidade e da qualidade dos óvulos”, explica Dr. Ricardo. “Ele aponta também a transição menopausal, alta ou baixa resposta ovariana ao estímulo hormonal usado em ciclos de fertilização in vitro (FIV), marcador indireto da síndrome dos ovários policísticos e de tumores de células granulosas”, conclui.
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