Bons hábitos sempre são bem-vindos, ainda mais quando se trata de criança, pois a chance de incorporar é maior ainda. Alimentar-se com organização no ambiente, postura e disponibilidade de quem oferece as refeições contribuem para que haja satisfação e prazer nesse momento.
Já durante a amamentação é necessário total exclusividade para o bebê para que ele perceba toda atenção e sensações envolvidas neste ato. Para as mães que não amamentam, esta atenção também é importante, mesmo que seja através do copo ou da mamadeira, tem que haver todo um preparo e harmonia, para que seja transmitido como é um momento especial. Estas atitudes, também na preparação com o bebê na hora de alimentá-lo, ajudam para sua futura refeição com alimentos. Isto será revertido em acolhimento, prazer e rotina, resultando um vínculo maior com seu filho e gerando uma boa alimentação.
Na correria do dia a dia, pais, avós ou babás favorecem a posição, a forma e o lugar para as crianças se alimentarem para não ocasionar situações que geram conflitos nas refeições.
Sempre é ofertado uma situação para a criança se distrair e não perceber o que está sendo ingerido, que geralmente é algo que não conhece, então acaba rejeitando. Normalmente, para facilitar, os alimentos são oferecidos em uma situação lúdica, como brinquedos, televisão, videogames, tablets e celulares, para a criança ingerir sem perceber o que está comendo e nem o que está mastigando e, com isso, não aprecia e nem olha o que está levando a boca.
Geralmente, na faixa etária de um ano e meio já deveriam estar comendo sozinhas, mesmo que com ajuda, para também conquistar sua independência e coordenação, mas isso não acontece. Para ser mais rápido e sem sujeira, o adulto prefere levar a boca da criança e desta forma não percebe a textura, gosto e odor dos alimentos, virando, assim, uma bola de neve, porque desde o início não foi oferecido de forma adequada.
E como tudo vira rotina, desde as primeiras frutas e papinhas deve ocorrer a preparação correta do ambiente, como sentar na cozinha/sala, no cadeirão ou carrinho e não ter nada que disperse a atenção daquele momento. O local sempre tem que ser propício, coloque todos da família ao redor da mesa, sentados, colocando os alimentos no prato e os nomeando. Nos dias de hoje, não conseguimos em todas as refeições unir a família toda, mas devemos priorizar o momento. Parece difícil, mas é preciso fazer várias vezes para a criança acostumar e, assim, conseguir se adequar neste momento quando estiver em um lugar público, como restaurantes e lanchonetes ou na casa de um familiar. Lembre-se: o costume em casa será sempre o modelo.
É de fundamental importância que as famílias entendam que é possível fazer das refeições momentos agradáveis e de prazer. Quando conversamos com pausa, nomeando os alimentos, colocando a importância de saboreá-los, mastigando, mostrando a textura e cor, ajudamos a criança a aprender o que está comendo e desta forma sua aceitação é maior. A chance dela gostar do que é oferecido é muito maior do que quando é colocado a sua frente sem nenhum comentário.
Mastigação dos alimentos e prazer nas refeições, a musculatura da face agradece!