A Japan Tobacco International (JTI) lançou uma nova política global de licença-maternidade e paternidade para os seus 44 mil colaboradores: 20 semanas de licença remunerada, independentemente de gênero, orientação sexual ou forma como os colaboradores se tornaram pais (gravidez, adoção ou barriga solidária). O plano, que será implementado em fases a partir de 1º de janeiro de 2021, coloca a organização entre o 1% de empresas brasileiras que oferecem mais de dois meses de licença-paternidade segundo pesquisa do grupo Talenses. Dessa forma, a JTI espera estar conectada com as mudanças culturais relacionadas às reponsabilidades do pai na criação dos filhos e quebrar estigmas.
A realidade mudou
Há muito tempo o “cuidar” é tido como uma qualidade feminina e uma responsabilidade principalmente das mulheres. Isso se refletiu ao longo do tempo na priorização da mãe como cuidadora dos filhos. Porém, essa realidade vem mudando com o entendimento de que há uma responsabilidade igualitária no cuidado com as crianças entre ambas as partes. É o que demonstra o relatório “Situação da Paternidade no Brasil 2019: Tempo de Agir” da ONG Promundo, no qual 82% dos pais brasileiros disseram “concordar” ou “concordar fortemente” com a afirmação: “eu farei tudo o que for necessário para estar muito envolvido com o cuidado do meu/minha filho/a recém-nascido/a ou adotado/a nas primeiras semanas e/ou meses”.
Esse envolvimento traz benefícios para o desenvolvimento das crianças e da sociedade. “O impacto positivo do maior envolvimento dos homens – sejam eles pais biológicos ou não – vem sendo comprovado, especialmente, para a saúde materno-infantil, para o desenvolvimento cognitivo das crianças, para o empoderamento das mulheres e para a saúde e o bem-estar dos próprios homens”, ressalta o documento.
Ao todo, a nova política da JTI oferece 140 dias de licença para cada membro do casal. O tempo da licença-paternidade vai muito além do exigido pela legislação brasileira, cinco dias, e que é seguido por 71% das empresas ouvidas no estudo do Talenses. Da mesma forma, a organização se destaca no cenário global tendo um tempo maior de licença do que 80% dos 81 países em que a empresa atua.
Para garantir um processo de implementação tranquilo e a utilização adequada dos benefícios, a nova política de licença-paternidade e maternidade será feita em fases nos diferentes países onde a JTI atua. No Brasil, em janeiro de 2021, será implementada a licença-paternidade de 4 semanas (28 dias) e a licença-maternidade de 20 semanas (140 dias). Nos casos de casais LGBTs, será definido o cuidador primário, que terá licença de 20 semanas, e o cuidador secundário, que terá, inicialmente, a licença de 4 semanas. A efetivação total da nova política no país se dará em janeiro de 2023, quando a licença de 140 dias passa a valer para todos.
Com a mudança, a JTI espera reforçar que se tornar pai ou mãe não representa um obstáculo para a carreira e que ambos têm responsabilidades nos cuidados com os filhos. “Essa nova política de licença-familiar é um grande marco na nossa jornada em busca da diversidade e da igualdade de gênero. Estamos orgulhosos de apresentar esse novo benefício sem distinção de gênero, que apoia todas as famílias e dá a todos os pais oportunidades iguais de passar um tempo de qualidade com seus filhos, sem se preocupar com o impacto que isso poderia ter em suas finanças ou carreiras ”, diz Eddy Pirard, presidente e CEO global da JTI.
Com essa nova estratégia, a JTI busca apoiar o bem-estar de seus colaboradores, ajudando-os nos estágios iniciais de criação de uma família enquanto continuam a prosperar no trabalho. “Essa mudança é um avanço na nossa política progressiva de diversidade e inclusão. Nosso objetivo é mudar os estigmas relacionados à licença maternidade e paternidade, além de demonstrar que acolhemos, apoiamos e valorizamos todos os nossos colaboradores”, afirma Thiago Dotto, Diretor de Pessoas e Cultura da JTI Brasil.
Licenças maternidade e paternidade em números no Brasil
- 71% das empresas dão apenas cinco dias de licença-paternidade para seus colaboradores, o mínimo exigido pela lei brasileira.
- Entre as entrevistadas, 13% cedem 20 dias aos pais e apenas 1% garantem mais de dois meses de benefício.
- 3 em cada 10 empresas oferecem licença-maternidade estendida no Brasil. Este número cai para 2% no caso da licença-paternidade.
- 63% das empresas entrevistadas garantem o tempo mínimo de licença-maternidade, de quatro meses. Já 29% cedem seis meses.
- 55% das empresas não oferecem qualquer tipo de programa ou ação voltada para a jornada da maternidade. Este número sobe para 68,3% no caso de ações voltadas para os pais.
Os dados são do estudo “Os Efeitos da Licença-Maternidade e Paternidade no Mercado de Trabalho” do Talenses Group em parceria com a Filhos no Currículo. A pesquisa foi realizada com os profissionais responsáveis pelas licenças paternidade e maternidade de 721 organizações em dezembro de 2019.
Pesquisa completa: https://online.fliphtml5.com/cbkwr/gxtx/#p=1