Desde 2007 o dia 18 de fevereiro mobiliza o mundo em torno da Síndrome de Asperger, enquadrada no Transtorno do Espectro Autista (TEA) e que atinge cerca de 2% da população. A campanha de conscientização sobre Asperger busca sensibilizar a população para o transtorno que não tem cura, mas que se acompanhado de forma adequada pode favorecer as condições de vida do diagnosticado.
“A Síndrome de Asperger ainda tem sido usada como diagnóstico para os casos de autismo mais leves, aqueles que apresentam condições de autonomia e relacionamento social mais favorável”, explica a psicóloga Verônica de Fátima Salvalaggio, do Plunes Centro Médico, de Curitiba (PR).
O diagnóstico é fundamental em qualquer intervenção, pois permite estabelecer a direção do tratamento e deve ser feito apenas por profissionais especializados, uma vez que as características da Síndrome variam muito. “O diagnóstico permite explicar as dificuldades vividas pela própria pessoa e seus familiares, assim como possibilitar acesso a suporte técnico adequado. Mas, infelizmente, não é raro que o diagnóstico seja usado como rótulo ou estigmatização. Isso pode acontecer por ignorância ou puro desrespeito, e devem ser combatidos”, afirma a psicóloga.
Uma síndrome é o conjunto de sinais clínicos indicativos de uma determinada situação, cujas causas não estão esclarecidas. “Nem sempre as síndromes estão ligadas a alguma doença. As doenças têm sintomas e etiologia identificáveis, de tal modo que as síndromes são consideradas como uma condição clínica e não necessariamente como uma doença”, detalha Verônica.
O que caracteriza a Síndrome de Asperger tem sido debatido especialmente entre médicos, psicólogos e educadores e a abordagem e tratamento costumam se concentrar no treino da adaptação comportamental e social. “Estas medidas buscam favorecer o convívio familiar e comunitário. Mas também é necessário oferecer um suporte que possibilite a expressão do desejo e da singularidade da pessoa com Síndrome de Asperger. É preciso dar oportunidade para que ela própria encontre a fonte que move sua existência, que a anima e faz seus olhos brilhar”, finaliza a psicóloga.
Sobre o nome Asperger
A data 18 de fevereiro foi escolhida por ser o aniversário do médico austríaco Hans Asperger que deu nome à Síndrome, ao estudá-la nos anos 1940. Nos últimos 10 anos surgiram pesquisas que apontam o envolvimento de Hans Asperger com o programa de eugenia nazista que resultou no extermínio de centenas de crianças. A descoberta tem causado indignação entre técnicos e estudiosos, que estão debatendo a possibilidade de banir a terminologia Asperger do nome dado à Síndrome em respeito à memória daquelas crianças e seus familiares.
Texto: Agência Souk
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