A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) preconizam o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida, ou seja, a criança deve receber somente o leite materno e nenhum outro líquido ou sólido, com exceção apenas para medicamentos. A partir do sexto mês acontece uma grande mudança na vida dos pequenos: além do leite materno, ele passa a ser exposto a novos sabores. Essa adaptação nem sempre é fácil e algumas crianças simplesmente não aceitam a novidade.
O sexto mês é um período em que os pais devem introduzir as papinhas na rotina alimentar dos filhos – tanto as salgadas como as doces. Serão, em média, quatro mamadas para duas papas. Uma dica importante é jamais usar o liquidificador, que tritura todos os ingredientes. “A papinha deve ser pastosa, mas não totalmente liquefeita, sendo necessário, nesta primeira etapa, amassar os alimentos. Não existe restrição em relação às frutas a serem usadas, embora muitos evitem as mais ácidas e preferem a laranja-lima. Seja como for, a principal preocupação é que elas sejam frescas, in natura e, de preferência, da estação”, esclarece a pediatra e nutróloga do HCor (Hospital do Coração), Dra. Daniela Gomes.
Para a nutróloga e pediatra do HCor, se na fase de introdução o lactente não aceitar bem a novidade vale complementar a refeição com o leite materno. “Entre os grupos de alimentos que podem ser cozidos e amassados, estão as principais categorias: cereais ou tubérculos, leguminosas, carne (vaca, frango, peixe) ou ovo e hortaliças (verduras e legumes). O óleo vegetal deve ser usado em mínima quantidade. As papas podem ser preparadas, por exemplo, com batata, lentilha, cenoura, músculo e couve e o azeite deve ser acrescentado no final da preparação. Pode-se também incluir outros legumes, folhas e carnes. É imprescindível usar alimentos frescos e não utilizar sal. Os temperos naturais como cebola, alho, salsinha e cebolinha podem ser usados, exceto os temperos fortes como a pimenta”, explica.
Nessa fase, o bebê também deve começar a tomar água. Procure oferecer durante todo o dia. Sempre no copo para não ameaçar a amamentação com a confusão de bicos. Já os sucos, segundo recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria, devem demorar mais tempo para fazer parte do cardápio dos pequenos. “Oferecer a fruta in natura é sempre a melhor opção. Por isso, jamais substitua os alimentos sólidos por bebidas. Para matar a sede, dê a água e não o suco”, alerta Dra. Daniela Gomes.
Já do nono mês até o primeiro ano de vida, o bebê deve passar gradativamente para a refeição da família, com ajuste apenas na consistência dos alimentos. Vale sempre lembrar a importância dos hábitos alimentares da casa na dieta dessa criança. “Se os pais comem lasanha congelada, sanduíches e pizza vários dias por semana, a criança terá dificuldades para criar uma dieta saudável. O cardápio deve ter alimentos variados, coloridos e frescos. A monotonia é outro risco que deve ser evitado, sob pena de o pequeno se tornar seletivo demais em fases posteriores. Uma dica valiosa é amassar os alimentos separadamente para que ele sinta o gosto de cada um. Se possível, prepare refeições coloridas, que encham os olhos. Vale, inclusive, optar por pratos infantis, que já vêm com divisórias. Procure também deixar seu filho apreciar o aroma da comida, feita na hora. Tudo isso vai despertar os sentidos dele”, enfatiza Dra. Daniela. Gomes.
Texto: Target Comunicação