A libido é um fenômeno atrelado a diversos fatores hormonais, metabólicos, comportamentais, culturais e de relacionamento, dentre outros.
Quando falamos da libido feminina, esse fenômeno é ainda mais complexo e diversos fatores podem interferir na sua gênese.
Uma mulher acaba sendo várias mulheres ao mesmo tempo, ela é mãe, esposa, dona de casa, filha, trabalha fora e ainda precisa ser MULHER, feminina, estar linda, magra, culta, elegante, ser compreensiva e, por fim, “ir para o céu”.
São muitas as necessidades impostas ao longo da vida e as mulheres tentam de todas as formas cumpri-las com louvor.
Nesse contexto, a libido não será um sentimento constante e intenso ao longo da vida da mulher, e isso é absolutamente normal. É necessário, portanto, que não só a mulher entenda isso, como também seu/ sua parceiro(a).
Isso não significa, entretanto, que a mulher deva meramente aceitar essa situação, mas não se acomodar, pois será cobrada, de uma forma ou de outra.
Durante a gravidez, por exemplo, há um explosão hormonal que, sobremaneira, irá mexer com a libido. Após a gravidez tudo muda novamente, vem a amamentação, por exemplo, a qual tem um papel fundamental nas oscilações da libido.
Algo até natural, protetor, pensado por Deus e pela natureza, pois naquele momento a mulher precisa se dedicar ao bebê de forma integral, e não poderia pensar em se relacionar ou engravidar novamente, visto que seria tumultuoso para aquele determinado momento.
Também do ponto de vista hormonal, durante a amamentação, a lactante produz o hormônio do leite chamado Prolactina que, além de estimular a produção do leite, também induz uma diminuição dos hormônios sexuais responsáveis pela indução da libido. Tudo muito bem pensado, normal, natural e bem explicado em nossos livros de fisiologia.
O fato é que, mesmo sendo fisiológicas essas oscilações da libido durante a amamentação, elas causam preocupação e, por isso, devem ser esclarecidas ao casal de forma que fique claro que é algo passageiro e que tudo voltará ao normal.
Acrescento ainda que não recomendo qualquer tipo de medicação durante esse período, pois não sabemos o impacto disso para o lactente.
Fora da gestação, diversas medicações eficazes existem para melhorar a libido feminina, mas isso deve ser conversado com seu Endocrinologista que, com certeza, poderá te ajudar muito nesse sentido.
Dr. Hamilton Junqueira
Endocrinologista e Metabologista
Profº da Faculdade IPEMED de Ciências Médicas