Nos textos anteriores consideramos os hábitos que a criança associa para dormir.
Explicamos que para cada transição do sono leve para o sono profundo, ela necessita dos hábitos associativos para renovar seu ciclo de sono.
Os pais necessitarão de muita paciência para ajudar o filho a aprender um novo grupo de associações, pois para qualquer ser humano a perda de um hábito é muito difícil, principalmente os que estão relacionados ao momento de descanso e repouso.
Chupeta, mamadeira, balanço, coçar as costas, mexer no cabelo são hábitos que, muitas vezes, apenas trocamos um pelo outro, não percebendo que ainda assim, a criança precisa de ajuda para voltar a dormir.
Quando esses hábitos são muito frequentes os pais, exaustos, levam as crianças para a sua cama, criando assim a chamada “cama compartilhada”.
A “cama compartilhada” é usada por diversos motivos. Cada família que a cria tem sua alegação. E entendemos cada uma delas. Partilhamos da ideia de felicidade e bem-estar da família.
O que seria importante destacar é que os hábitos associativos podem se desenvolver onde quer que a criança esteja. Na sua cama ou na dela.
O fato de dormir com os pais não quer dizer que ela não precise de ajuda para recolocar a chupeta, coçar suas costas, mexer no seu cabelo e voltar a dormir.
Existem muitos entendimentos acerca da cama compartilhada. E respeitamos todos.
Sugerimos que as famílias que o fazem, ao entenderem e perceberem a necessidade de separar as camas, os quartos, que o façam de maneira gradual. Nesse caso, o acompanhamento de um profissional especializado em Sono Infantil seria ainda mais indicado, isso porque como dissemos no início do texto, essa criança está perdendo um hábito, e para ela é muito difícil.
Neste momento, o importante é trabalhar os limites da criança e as expectativas dos pais, que também estão acostumados com a rotina de compartilhamento.
A modificação na conduta familiar tem que ser feita devagar, com tranquilidade e respeito para que não haja um grande impacto na rotina da criança e da própria família. Essas modificações devem servir para ensinar a criança que as coisas mudam, mas que nada precisa ser tão rápido e traumático.
Todas as decisões de modificação que envolva uma escolha feita pelo casal tão logo o bebezinho chegou da maternidade e ao longo de suas vidas, devem ser elaboradas e trabalhadas para a tranquilidade familiar.
Alterar rotinas e comportamentos requer muita paciência e compreensão de todos os envolvidos.
Sim, a “cama compartilhada” indica amor e proteção, mas existem também muitas outras formas de transmitir esses sentimentos. E, exatamente por isso, entendemos cada escolha familiar e apoiamos.