Corrimento esverdeado e abundante é sintoma de doença sexualmente transmissível

A saúde íntima feminina ainda é cercada por dúvidas e tabus, inclusive quando o assunto é corrimento vaginal. Uma simples busca pelo termo na internet demonstra o quanto as características da secreção, como a tonalidade, dominam as pesquisas e causam incertezas nas mulheres. A ginecologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Gabriela Bordini, destaca que corrimento é algo normal e não necessariamente relacionado a doenças, além de poder variar em seu aspecto de acordo com a fase do ciclo menstrual e da vida reprodutiva da mulher.

“O corrimento é motivo de queixas e dúvidas frequentes nos consultórios, apesar de ser algo do dia a dia das pacientes. O corrimento em si não é sinal de problemas”, explica a profissional. “Mas é preciso ficar alerta para eventuais alterações de coloração. Se a cor ficar esverdeada, por exemplo, e houver prurido associado a dor pélvica, dor na relação sexual e mau odor, vale procurar um médico”, destaca a ginecologista. Motivo: os fatores podem apontar desde um desequilíbrio da flora vaginal até uma doença sexualmente transmissível, como a tricomoníase. “A doença é considerada a terceira causa mais prevalente de corrimento vaginal e, quando não é tratada, pode facilitar a presença de outros agentes sexualmente transmissíveis e levar a efeitos adversos na gestação, como parto prematuro ou infecções no período pós-parto”, explica Gabriela.

O diagnóstico desta DST não-viral, cuja causa é o protozoário Trichomonas vaginalis, é feito por meio da análise do histórico da paciente. “As mulheres com esse quadro geralmente têm manifestações de corrimento vaginal em grande quantidade de coloração amarela-esverdeada e ardência vaginal associada”, alerta a médica. “Além do exame ginecológico, outros recursos como o teste de Whiff e a medida do PH vaginal, auxiliam na detecção da DST”, completa.

A médica destaca que a doença não é exclusividade feminina, apesar de afetar majoritariamente esse público. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em 170 milhões o volume anual de indivíduos afetados pela tricomoníase com idade entre 15 anos e 49 anos. “Por isso, é importante que o tratamento seja estendido também aos parceiros sexuais, para evitar que a doença siga sendo propagada”, salienta Gabriela.

Informações importantes:

– Fique atenta a alterações do corrimento, principalmente, coloração e odor;

– Dor pélvica e durante a relação sexual também devem ser entendidas como um alerta;

– Faça acompanhamento regular com ginecologista;

– Use sempre o preservativo de forma correta;

– Em caso de diagnóstico positivo de DST, inicie e leve até o fim o tratamento.

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A Somos Mães é uma ONG e uma empresa do setor 2,5 que nasceu em agosto de 2014. Com o objetivo de informar e acolher, produz conteúdo que impacta diariamente mais de 300 mil pessoas. Tem dois projetos incentivados pela Lei Rouanet.

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