Hoje vamos falar sobre um assunto muito delicado, que pode traumatizar e causar feridas que jamais cicatrizarão na vida de uma mãe, a violência obstétrica.
A violência obstétrica é qualquer violência contra a gestante. É também uma espécie de violência de gênero, que afeta mulheres em todo o mundo, independentemente de quais a classe social. Pesquisas e estudos demonstram que entre 4 mulheres, pelo menos 1 é atingida pela violência obstétrica. Apesar de ser algo comum nos hospitais, muitas mulheres não sabem que são vítimas dessa violência ou demoram anos para perceber a violência sofrida.
De acordo com a OMS é considerada violência obstétrica desde abusos verbais, restringir a presença de acompanhante, procedimentos médicos não consentidos, violação de privacidade, recusa em administrar analgésicos, violência física, entre outros como negar o contato entre a mãe e o filho após o parto (TJSP, 0001314-07.2015.8.26.0082, j. em 11/10/2017).
Também caracteriza a violência obstétrica a violência psicológica, como o tratamento agressivo, grosseiro, zombeteiro, como piadas, chacotas, comentários irônicos.
Sobre a violência física, podemos citar a episiotomia, exames de toques desnecessários, a Manobra de Kristeller, a tricotomia, a restrição de comida e bebida antes do parto, lavagem intestinal, impedir que a gestante grite, impedir a livre posição da gestante, não oferecer métodos de alívio da dor. O rol é meramente exemplificativo.
Qualquer intervenção desnecessária, contra a vontade da mãe, ou qualquer prática que tire o protagonismo da mulher no momento do parto. Tenha em mente que, ao contrário do que muitos pensam, o parto não é um momento de “dor necessária”. E lembre, gestante, que quando você denuncia a violência obstétrica, você a juda outras mulheres a não passarem pela mesma situação. Ajuda a criar políticas públicas sobre o assunto. Alivia o peso de não falar sobre a dor e faz com que o profissional seja investigado. Busque sempre uma rede de apoio e a ajuda de uma advogada.
Com carinho,
Onely Novaes.
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