Meu filho tem vitiligo, e agora?

25% dos casos de vitiligo acontecem antes dos 14 anos. As mães e os pais precisam ficar atentos às manchas que podem vir a aparecer nas crianças, elas surgem em qualquer lugar do corpo, sendo mais frequentes na face, pálpebras, mãos, regiões íntimas e pés”, pontua a dermatologista Daniela Antelo, doutora em Dermatologia (Fototerapia e Vitiligo), pela UFRJ, e diretora médica do Centro de Tratamento do Vitiligo.

A patologia voltou a ganhar relevância este ano quando a participante Natália entrou no Big Brother Brasil. Ela revelou que a doença começou com manchas nos olhos, pescoço e nuca, aos nove anos de idade. A dermatologista Daniela sinaliza que a falta de pigmentação se torna mais evidente após o verão, em crianças com pele clara, pois as mesmas ficam bronzeadas e as manchas nítidas. 

Ao notarem alguma mudança de cor, os pais devem marcar consulta com o dermatologista. “É importante tratar a questão o quanto antes. Além de aumentar a probabilidade de sucesso no tratamento, a descoberta do quadro precoce pode interromper o avanço da doença. A fototerapia com UVB de banda estreita e corticoides orais ajuda a evitar a progressão”, indica a diretora do Centro de Tratamento do Vitiligo.

Por ser uma enfermidade autoimune que leva ao desaparecimento de células denominadas melanócitos, que produzem a melanina da pele, o vitiligo ainda é muito estigmatizado, apesar das áreas afetadas não apresentarem incômodo ou dor. Uma das maiores preocupações nos consultórios é sobre como fica a questão emocional e psicológica nessas situações, principalmente quando o paciente afetado é criança ou adolescente.

“Sabemos que casos de bullying podem vir a acontecer principalmente nessa fase. A orientação, sempre, é encarar a situação com calma e buscar, na medida do possível, o apoio e parceria da escola. O vitiligo não pode ser um tabu, nem em casa, nem na instituição de ensino. Se a situação for mais complexa, pode ser indicada a psicoterapia individual para as crianças e também para os pais”, explica a dermatologista.

É comum que os adultos fiquem desestabilizados com o aparecimento do vitiligo nos filhos. “A verdade é que é mais comum o desespero deles do que dos pequenos. O investimento narcísico dos pais fica gravemente abalado”, comenta.

Sabe-se que mais de 50% dos casos surgem até os 20 anos de idade. A prevalência de vitiligo, na população, em geral, é de até 2%, e no Brasil, 0.5%.

Daniela Antelo: Dermatologista do Centro de Tratamento do Vitiligo. Formada em Medicina, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e com Residência Médica em Dermatologia, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Dedica-se ao estudo desta doença desde 2003, quando iniciou sua dissertação sobre o tema. Concluiu Mestrado e Doutorado sobre Fototerapia e Vitiligo, na UFRJ. Tem diversos trabalhos apresentados sobre vitiligo em Congressos Dermatológicos e publicados na literatura médica. Professora Adjunta de Dermatologia da UERJ e atualmente membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da American Academy of Dermatology (AAD). Associada a Global Vitiligo Foundation.

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A Somos Mães é uma ONG e uma empresa do setor 2,5 que nasceu em agosto de 2014. Com o objetivo de informar e acolher, produz conteúdo que impacta diariamente mais de 300 mil pessoas. Tem dois projetos incentivados pela Lei Rouanet.

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