Não é exatamente um problema, muito menos uma doença. Sem causa conhecida e de aspecto benigno, a dor do crescimento, como é chamada pelos pediatras, carrega consigo apenas um risco: mascarar outros possíveis problemas de saúde mais graves.
Comum entre os pequenos de 3 a 5 anos, é localizada, em sua maioria, em diferentes regiões da perna, como coxa, pé ou panturrilha. Não tem um tempo de duração determinado, pode levar minutos ou até horas. Tem característica itinerante, ou seja, não é fixa em um só ponto, varia entre diversos locais. É mais comum na madrugada ou de manhã, o que explica quando as crianças acordam se queixando de uma dor no local, geralmente tratada com algum analgésico comum e massagem na região afetada. Porém, além da dor em si, pelo menos até hoje não foi comprovado nenhum outro malefício à criança.
Segundo a Dra. Sandra Caires Serrano, coordenadora do Comitê de Dor em Pediatria da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), apesar da nomenclatura a qual ela é mencionada, alguns especialistas ligam a dor do crescimento aos distúrbios emocionais. No entanto, não há comprovação científica de suas causas. O problema, porém, é quando não se consegue diferenciá-la de sintomas provenientes de outra doença ou condição médica, o que pode resultar no subdiagnóstico de algo realmente grave.
“Alguns indícios podem sinalizar que alguma outra doença ou condição está surgindo: como dor localizada em um único ponto, dor nas costas, incomum nesse caso, ou dor acompanhada de outros sintomas, como inchaço articular, febre, indisposição e emagrecimento”, afirma Sandra.
Segundo a especialista, nesta mesma faixa etária em que a dor ocorre existe certa incidência de outras doenças consideradas perigosas, entre elas, a leucemia. Por isso, é importante se certificar que se trata apenas de uma dor de crescimento, sem ignorar um problema mais grave que poderia estar mascarado. Para evitar tal situação, é fundamental um acompanhamento periódico por pediatras para identificar quando é normal ou se pode ser considerada mais preocupante.
“Os pais não costumam manter um pediatra que acompanhe a evolução de seu filho, recorrendo ao pronto-socorro e a vários exames sempre que surge alguma dor incomum na criança. O pediatra de rotina pode esclarecer do que se trata, evitando, assim, preocupação e horas de estresse desnecessário”, conclui.
Texto: Acontece Comunicação e Notícias