Diz a sabedoria popular que na gestação e no puerpério a mulher fica com a memória ruim. Será que isso é verdade?
Até hoje não há consenso na literatura sobre o assunto. Cada vez mais, porém, recebemos queixas de alterações cognitivas (que englobam memória, atenção e concentração) neste período.
Mas se não há embasamento científico para provar esta teoria, como explicar que até 80% das mulheres refiram tais queixas?
Na gravidez, existem mudanças que vão além das hormonais. O corpo muda, vai ficando mais pesado, e as mulheres mais cansadas. Algumas gestantes passam a ter dificuldade para dormir; no puerpério, a privação do sono é frequente. Há também alterações no estilo de vida quando muitas mulheres diminuem atividades como ginástica, lazer e trabalho.
Tais mudanças podem justificar a perda cognitiva que pode durar da gravidez até dois anos após o parto.
É sempre importante lembrar que temos de descartar outras causas, como hipotireoidismo e deficiência de vitamina B12. Caso as alterações venham associadas a tristeza, fadiga, ansiedade e insônia, vale a pena uma investigação mais detalhada.
A boa notícia é que estas mudanças não são permanentes: assim como tantas outras dificuldades do período perinatal, elas também passarão.
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