A Psicomotricidade é uma ciência da saúde e da educação, que visa a organização e estruturação corporal do indivíduo, nos aspectos psico-afetivo-motor, atuando de forma integral sobre esses três aspectos, no querer fazer (sócio emocional), no saber fazer (cognitivo) e poder fazer (biológico).
Dentro da Psicomotricidade, podemos distinguir vários campos de atuação, desde a abordagem educacional, visando o desenvolvimento integral do indivíduo nas várias etapas do crescimento (preventiva), como também uma abordagem terapêutica, que lidará com problemas de debilidade mental e motor (déficits de aprendizagem e outras patologias).
Atualmente, a Psicomotricidade passou a ser enriquecida com estudos para desenvolvimento da linguagem emocional, a imagem corporal e percepções das vivências corporais de cada indivíduo de acordo com o meio e suas variadas experiências no mundo.
Logo, a estimulação psicomotora é de suma importância para o desenvolvimento global das crianças, já que desde o nascimento, o bebê precisa se adaptar ao mundo que o cerca e as mais diversas situações que vão surgindo nas suas etapas de crescimento. As tentativas de explorar o ambiente constituirão base para sua futura atividade lúdica. Por isso, é necessário não impedir suas explorações, mas incentivar, porque é a partir delas que o bebê irá treinar os movimentos e desenvolver sua independência e maturidade sócio emocional. Sendo assim, a partir do momento que o bebê vai aperfeiçoando os movimentos e adquirindo habilidades, ele passa de um estágio de sensações à construção de uma vida psíquica elaborada, ou seja, ao explorar diferentes situações, a criança se posiciona em relação ao outro, ao objeto e ao mundo que a cerca, enriquecendo-se nessa vivência.
Se estimular o bebê é bom para que tenha um desenvolvimento sadio, é importante saber que a criança não precisa de muitos brinquedos, pelo contrário, se eles forem excessivos pode confundir sua experiência e dificultar o desenvolvimento da criatividade. Além disso, o excesso de estímulo pode levar à falta de concentração, um fator primordial para a aprendizagem e pode causar dispersão e desinteresse. O espaço para estimular e brincar não precisa ser grande, basta que represente para o bebê um lugar confortável e seguro.
Ao oferecer um brinquedo é necessário deixar a criança explorar, observar e sentir o brinquedo, quanto a textura e possibilidades de manuseio, para em seguida, mostrar a criança o que pode fazer com ele ou de que forma pode brincar.
O mesmo ocorre durante atividades que envolvem movimentos e gestos corporais, como o circuito motor, que é um exercício imprescindível ao desenvolvimento do bebê. Aliado a maturação neurofisiológica, o treino levará a eficiência psicomotora, auxiliando no desenvolvimento do equilíbrio motor e coordenação da marcha e outras habilidades.
Desde pequena a criança deve ser estimulada a pensar e a tomar iniciativa, e seu tempo de exploração e observação precisa ser respeitado. Quando perdido o interesse por determinado objeto ou atividade motriz, devemos oferecer outra possibilidade de manusear ou explorar o seu corpo ou um novo objeto.
Portanto, toda essa experiência precoce é fundamental para a criança criar condições para desenvolver a sua independência, a autonomia, a linguagem e sua maturidade sócio emocional. Afinal, a criança precisa brincar, inventar, jogar, criar para crescer o seu equilíbrio consigo mesmo e com o mundo.