Na última quarta-feira, 8 de março, o Governo Federal lançou uma série de novas diretrizes para a realização do parto normal e, assim, evitar intervenções consideradas desnecessárias. Nessa nova ação a mulher poderá ter maior poder sobre a decisão de como o seu filho vai nascer.
As novas diretrizes foram determinadas por um grande grupo de obstetras, clínicos gerais, neonatologistas, anestesiologistas, enfermeiras e vários integrantes de grandes entidades da área da saúde. Esse grupo de especialistas estudou e baseou essas mudanças em evidências científicas que foram coletadas.
Boa parte das medidas que foram anunciadas já eram recomendações do ministério, porém, a partir de hoje elas se tornaram normas obrigatórias. E as gestantes podem questionar o médico no caso de descumprimento das regras. Todas as unidades de saúde terão que cumprir obrigatoriamente todas as normas.
Uma novidade muito importante é que as gestantes terão um plano de parto. Através disso elas terão acesso desde começo do atendimento pré-natal a informações, como local do parto, data e como será o procedimento. Para, assim, todas as mulheres ficarem preparadas para os próximos meses e passarem a cogitar um parto normal.
Confira as novas diretrizes que devem ser aplicadas pelas maternidades:
- Permitir à mulher a posição que ela preferir durante o parto, visando conforto;
- A presença de doulas e de acompanhante é permitida;
- Dieta livre, com o fim do jejum obrigatório;
- Métodos de alívio para a dor, como massagens, banhos quentes e imersão na água;
- Direito à anestesia e à reaplicação dela;
- Contato pele-a-pele da criança com a mãe imediatamente após o parto;
- Direito à privacidade da gestante e família;
- Estímulo à amamentação.
Métodos que precisam ser evitados quando possível:
- Episiotomia (corte do períneo);
- Uso do hormônio ocitocina para acelerar a saída do bebê;
- Cesariana;
- Aspiração do nariz e da faringe do recém-nascido;
- Técnica conhecida como “manobra de Kristeller”, quando se pressiona o útero da mulher para ajudar na expulsão da criança;
- Uso do fórceps;
- Lavagem intestinal antes do parto;
- Raspagem dos pelos pubianos;
- Rompimento da bolsa;
- Corte precoce do cordão umbilical, os médicos deverão esperar de 1 a 5 minutos ou até cessar a pulsação.
O governo também vai ampliar o acesso de mulheres ao método contraceptivo Dispositivo Intrauterino de Cobre (DIU) que é oferecido em Unidades básicas de Saúde. Agora o contraceptivo também será oferecidos para mulheres depois do parto e após abortos.