O Brasil vem apresentando melhora em alguns índices, mas ainda há muito o que fazer quando se fala em saúde pública e educação e no forte impacto que tais temas exercem quando o assunto é maternidade e paternidade. Enquanto 66% das grávidas adolescentes não planejaram a gestação, a taxa de gravidez na faixa etária de 30 a 39 anos é de 30,8%. As taxas de mortalidade materna e infantil estão em constante queda. Apesar de não termos dados da rede privada, o número de abortos no país chega a 503 mil. Confira abaixo mais dados e informações sobre gravidez na adolescência, partos, abortos, violência obstétrica, faixa etária, prematuridade, mortalidade materna e infantil, mercado de trabalho e responsabilidade na criação dos filhos.
Gravidez na adolescência
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de adolescentes grávidas caiu 17% entre 2004 e 2015. Ainda assim, bebês nascidos de mães adolescentes representam 18% dos 3 milhões de nascidos no Brasil em 2015.
66% das gravidezes são indesejadas e a região com mais casos é o Nordeste, seguido por Sudeste, Norte, Sul e Centro-Oeste.
Partos
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que as cesáreas devem ser cerca de 15% dos nascimentos, porém, no Brasil, os números estão longe do ideal: 52% das crianças nascem por cesárea, na rede privada essa taxa sobe para 88%, segundo a Fiocruz.
Por isso, em 2016, o Ministério da Saúde lançou um protocolo com orientações para diminuir a taxa de partos cirúrgicos desnecessários no país.
Abortos
Como o aborto é criminalizado no Brasil, é difícil chegar a um dado exato e oficial sobre o assunto.
Em 2015, estima-se que 211 mulheres morreram após aborto e 3888 tiveram complicações graves, de acordo com o DataSUS. Esses dados referem-se apenas a atendimentos em unidades públicas de saúde.
Em 2016, foi realizada a segunda edição da Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) pelo Anis Instituto de Bioética e pela Universidade de Brasília, que estima que 20% das mulheres terão feito ao menos um aborto ilegal até os 40 anos. Ainda segundo o estudo, em 2015, 503 mil mulheres interromperam a gravidez.
Violência obstétrica
Uma em cada quatro mulheres sofre violência obstétrica no Brasil, segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo. Abusos durante o parto são, muitas vezes, naturalizados e banalizados, por isso, as mulheres não percebem que foram vítimas.
Faixa etária
Em pesquisa realizada pelo IBGE, “Estatísticas do Registro Civil 2015”, confirmou-se a tendência de que as brasileiras estão engravidando mais tarde: 30,8% dos nascimentos estão no grupo de mães entre 30 e 39 anos. Em seguida: 25,1% entre 20 e 24 anos, 24,5% entre 25 e 29 e 17% de 15 a 19 anos.
Prematuridade
Segundo a ONG Prematuridade.com, nascem por ano, no Brasil, 300 mil bebês prematuros, colocando o país em 10º lugar no ranking mundial de prematuridade. Muitos dos casos são decorrentes de pré-natal deficitário, gravidez na adolescência ou tardia e doenças maternas.
Mortalidade Materna
No Brasil, a taxa de mortalidade materna caiu 58% entre 1990 e 2015, de 143 para 60 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos, de acordo com o Ministério da Saúde. Porém, a taxa ainda é alta se comparamos com outros países, como o Japão, em que a taxa é de 6 mulheres.
Mortalidade Infantil
Para o IBGE, a taxa de mortalidade infantil está em queda. Em 2005, a taxa de mortes de crianças até 1 ano era 4%, em 2015 caiu para 2,5%. Na faixa até 5 anos, diminuiu de 4,8% para 3% dos óbitos.
Mercado de Trabalho
A pesquisa da FGV “Licença-maternidade e suas consequências no mercado de trabalho do Brasil” mostra que metade da mulheres saem do emprego após a licença maternidade. Os índices variam de acordo com a escolaridade: 51% para mulheres com ensino fundamental incompleto, 53% para ensino fundamental completo, 49% com o ensino médio completo e 35% escolaridade acima do ensino médio.
Responsabilidade pela criação dos filhos
Em 89% dos casos, as mães são responsáveis pelos filhos de até 3 anos de idade, segundo a pesquisa Primeiríssima Infância – Creche. Os pais são responsáveis em 5% dos casos. Cuidadores, como avós, tios ou outras pessoas, também atingem a marca de 5%.