Transtornos de Aprendizagem x Quarentena

O Isolamento Social tem trazido muitos problemas para todos nós devido às adaptações que acabam nos desestruturando de alguma forma. Agora, se formos falar sobre as famílias que tem filhos na escola, estas mudanças e adaptações tem sido bem estressantes. E, para as famílias que tem filhos com qualquer transtorno de aprendizagem, o isolamento social e a não adaptação de suas crianças com os métodos de educação à distância tem trazido um adoecimento geral em toda família.

Estes transtornos tem se agravado.  Em casa, a criança não tem sala de recursos e mediadoras e, muitas vezes, as atividades não são diferenciadas e adaptadas para suas necessidades, não tornando possível que estas acompanhem o ritmo dos demais colegas de turma. Assim, ao se sentirem inferiorizadas e excluídas, estas crianças se deprimem, gerando outros transtornos comportamentais que mexem com toda a família, que, por sua vez, se vê perdida e sem saber como agir.

“O fato é que é difícil que a escola esteja realmente preparada para atender de forma correta as crianças com qualquer transtorno de aprendizagem, nem de forma presencial e principalmente de forma online. Então, estas crianças quando não conseguem desenvolver as atividades em tempo real junto com a turma online se decepcionam, o que causa sofrimento e frustração. E se pensarmos  que no dia seguinte terão que passar por tudo de novo , isso é um estopim para  muita ansiedade, baixa autoestima e depressão nestas crianças e por conseguinte nas famílias” – explica a Dra. Gesika Amorim, pediatra e neuropsiquiatra infantil, especialista em saúde mental e neurodesenvolvimento, que tem enfrentado estes problemas junto com os pais diariamente em seu consultório.

O problema não para por aí. O desgaste vem para toda a família e principalmente para as mães ou pais que, além de terem que cuidar dos afazeres de casa, ainda tem que ajudar seus filhos nas tarefas escolares e na maior parte das vezes sem saber como lidar com isso, pois estão todos sem nenhum apoio, as crianças estão sem os mediadores que os acompanhavam em sala de aula e sem suas terapias de apoio, como fonoaudióloga, psicólogas, pedagogas, entre outras (no caso das crianças já diagnosticadas com algum transtorno de aprendizagem).

Então, se você que é mãe ou pai de uma criança que tem transtorno de aprendizagem e que está sofrendo com tudo isso agora, neste isolamento social, a neuropsiquiatra infantil, Dra. Gesika Amorim, deixa 3 medidas que podem te ajudar a partir de agora:

  • Diagnóstico Correto. Leve seu filho ao neuropsiquiatra infantil para verificar se existe algum transtorno de aprendizagem e qual é este transtorno para iniciar ou adequar o tratamento correto. É importante que seja feito um diagnóstico diferencial e preciso.
  • Tratamento correto : Verifique junto ao médico, mediante suas observações durante este período em casa, se a criança tem algum transtorno comportamental associado ou se a falta de acompanhamento do transtorno de aprendizagem levou ao desenvolvimento de algum transtorno comportamental, tais como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, etc; que precise de diagnóstico para que se comece imediatamente o tratamento.
  • Estratégia individualizada: Muito Importante! Família, médico e escola precisam traçar uma estratégia de tratamento e de acompanhamento escolar dessa criança, mesmo online, para que estes problemas não piorem. O que não pode acontecer é a exclusão destas crianças do colégio.

O fato das crianças com transtornos de aprendizagem não conseguirem acompanhar a turma já gera bullying, o que não é bom e, no mais, elas precisam se socializar, ainda que de forma online. Por isso, converse com o médico, peça orientação e se preciso for, ele encaminhará laudos e sugestões de como lidar com o caso do seu filho à escola dele.

No mais, isso vale para qualquer pessoa que esteja com sinais de esgotamento e sinais de que não vai dar conta: busque ajuda! Isso vai passar! E quando passar, todos precisaremos estar emocionalmente sãos.

Dra. Gesika Amorim é pediatra com ênfase em saúde mental e neurodesenvolvimento infantil. É Neuropsiquiatra, pós graduada em psiquiatria, e neurologia clínica. Também é referência no Tratamento de TEA- Transtorno do Espectro Autista com utilização de HDT – Homeopatia Detox – Tratamento Integral do Autismo E Medicina Integrativa .

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A Somos Mães é uma ONG e uma empresa do setor 2,5 que nasceu em agosto de 2014. Com o objetivo de informar e acolher, produz conteúdo que impacta diariamente mais de 300 mil pessoas. Tem dois projetos incentivados pela Lei Rouanet.

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