Meningite: aumento de casos e mortes aumentam o alerta em 2025

Com surtos em diferentes estados, vacinação e avanços no diagnóstico são fundamentais para conter a doença

O Brasil acendeu o alerta para a meningite em 2025, com o crescimento de casos e óbitos em várias regiões. A doença, que pode evoluir rapidamente e causar sequelas graves ou morte, levou autoridades e iniciativa privada a reforçarem campanhas de imunização e vigilância epidemiológica. Especialistas destacam que acelerar o diagnóstico e ampliar a cobertura vacinal são as principais estratégias para evitar complicações e salvar vidas.

No Rio Grande do Sul, até a 37ª semana epidemiológica (07 a 13/09), já foram confirmados 57 casos de doença meningocócica, superando o total de 2024 (53 casos). O estado enfrentou dois surtos por sorogrupos diferentes: em Bento Gonçalves (sorogrupo B) e em Pelotas (sorogrupo Y), ambos sem óbitos (1). No Paraná, a situação é igualmente preocupante: até a 39ª semana, foram registrados 934 casos de meningite e 92 mortes (2).

Em São Paulo, foram registrados 116 casos de meningite meningocócica e 18 óbitos até 3 de outubro. Além disso, foram confirmados 98 casos de meningite pneumocócica, com 28 mortes – uma alta taxa de letalidade de 28,6% (3). De janeiro a setembro de 2025, o DF confirmou 69 casos de meningite (4). Esse cenário reforça a importância da imunização como barreira contra a doença. Para o infectologista André Bon, do laboratório Exame, da Dasa, no Distrito Federal, a velocidade no diagnóstico é determinante para reduzir o impacto da doença.

“O atraso na identificação do agente causador da meningite está diretamente associado ao aumento da mortalidade. Diagnósticos rápidos aumentam as chances de um tratamento eficaz e de um desfecho positivo”, explica Bon.

Avanços no diagnóstico

Embora métodos convencionais, como cultura do líquor e testes sorológicos, sejam amplamente utilizados, eles podem demorar dias para identificar o agente infeccioso. Nos últimos anos, o diagnóstico molecular, como a técnica de PCR (Reação em Cadeia

da Polimerase), trouxe avanços importantes. “O PCR permite detectar o DNA do patógeno em poucas horas, mesmo após o uso de antibióticos. Em casos graves, onde cada hora é crucial, essa precisão pode salvar vidas”, reforça Bon.

O artigo “Meningite: o que o diagnóstico molecular acrescenta?”, publicado pela Dasa Educa (5), reforça a importância do PCR e dos painéis sindrômicos multiplex, que ajudam a identificar rapidamente bactérias, vírus e fungos. Contudo, destaca que elas complementam, mas não substituem a cultura para definição de resistência e sensibilidade, essencial para o planejamento de tratamentos.

Vacinação: a melhor defesa

Enquanto os avanços no diagnóstico garantem rapidez, a vacinação continua sendo a opção mais eficaz para prevenir surtos e mortes. Ainda assim, a adesão às campanhas permanece abaixo do ideal em diversas regiões. A infectologista Rosana Richtmann, consultora de vacinas da Dasa, alerta sobre a necessidade de maior conscientização pública.

“A meningite é uma doença grave, mas pode ser evitada com a imunização.

Vacinas disponíveis no Brasil protegem contra os principais agentes da doença e precisam ser vistas como prioridade pela população”, afirma a especialista.

Richtmann reforça ainda o papel da vigilância e da resposta ágil em casos suspeitos. “O diagnóstico precoce e a notificação imediata viabilizam uma resposta rápida, essencial para evitar a disseminação e proteger vidas”, conclui.

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A Somos Mães é uma ONG e uma empresa do setor 2,5 que nasceu em agosto de 2014. Com o objetivo de informar e acolher, produz conteúdo que impacta diariamente mais de 300 mil pessoas. Tem dois projetos incentivados pela Lei Rouanet.

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