De todos os tipos de câncer que podem surgir na infância, a leucemia é um dos tumores mais recorrentes, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ela representa 28% dos casos entre os pacientes oncológicos. Na prática, isso significa que, de cada três crianças com câncer, pelo menos uma delas vai receber o diagnóstico de leucemia.
Até 2025, o Brasil deve ter 34,6 mil novos casos da neoplasia, de acordo com estimativas do INCA. O número compõe as várias formas dessa doença que afeta cada vez mais o mundo.
Fevereiro Laranja é o mês de conscientização para prevenção, diagnóstico e combate a este tipo da doença, que pode ser de vários tipos, como explica a hematologista pediátrica do Prontobaby Hospital da Criança, Ariadne Figueiredo.
“Ela pode ser linfoide aguda ou crônica, e mieloide aguda ou crônica. Nas crianças, o tipo mais comum é a linfoide aguda, seguida da mieloide aguda”, sinaliza a médica.
As neoplasias surgem quando as nossas células começam a se multiplicar mais rápido do que deveriam e de forma desordenada. Isso pode acontecer com células de qualquer parte do corpo. No caso das leucemias, ocorre a proliferação desordenada dos leucócitos na medula óssea, que é a fábrica do sangue, ocupando o espaço das células normais que deveriam ser produzidas.
Quanto antes identificarmos os seus sinais, melhor. No entanto, perceber a doença logo nos estágios iniciais, antes mesmo de aparecerem sintomas, ainda é um grande desafio.
Pode ocorrer cansaço, falta de ar e dor de cabeça, devido anemia, além de sangramentos e manchas roxas devido às plaquetas baixas. Infecções podem surgir decorrentes da alteração dos leucócitos. Além disso, febre, dor abdominal, dor nos ossos e aumento dos gânglios também podem ocorrer.
Os pais devem procurar o médico quando a criança apresentar palidez, cansaço, febre sem explicação, infecção persistente, dor abdominal, sangramentos e manchas roxas sem explicação”, explica a Dra. Ariadne Figueiredo.
O diagnóstico é feito através de um hemograma e a confirmação da doença com o aspirado de medula óssea. Já o tratamento é realizado com quimioterapia e, em alguns casos, associa-se à radioterapia. “Ainda há a necessidade de transplante de medula óssea em algumas crianças”, pontua.
A causa da leucemia ainda não está totalmente estabelecida, porém a Dra. Ariadne Figueiredo comenta que alguns fatores podem influenciar no seu desenvolvimento como: tabagismo, exposição à radiação, histórico familiar, síndrome de down e algumas doenças hereditárias.
“Vale ressaltar que a leucemia é uma doença que possui cura. O prognóstico varia de acordo com o subtipo da doença e de acordo com algumas características moleculares”, finaliza a hematologista pediátrica.