No último dia 25 de maio, o obstetra francês Frédérick Leboyer faleceu, aos 98 anos. Ele é conhecido mundialmente por ter mudado a forma como os partos são feitos, ou seja, tudo o que você já ouviu falar sobre parto sem violência teve origem nos estudos e no método deste profissional.
Em 1974, Leboyer publicou o livro “Nascer sorrindo”, que logo tornou-se best seller. Na obra, o autor faz uma crítica a um momento tão sublime para pais e mães, que é o nascimento do seu filho. “Quem quer que seja, um pequeno ser acaba de nascer. O pai, a mãe o contemplam radiantes. Não há ninguém, nem mesmo o jovem médico, que não partilhe da alegria geral…Todo mundo irradia felicidade e contentamento. Todo mundo… menos a criança.”
Foi com essa constatação que o médico ressaltou que era preciso dar mais atenção para o protagonista do parto: o bebê.
O parto Leboyer, também conhecido como parto sem violência, consiste em humanizar o parto para evitar incômodos e traumas ao bebê, a partir de alguns cuidados:
- O ambiente deve estar quente, com pouca luz e quase nenhum barulho;
- Ao invés da palmada nas costas, massagear suavemente o bebê;
- Entregar o recém-nascido diretamente para a mãe;
- O cordão umbilical só deve ser cortado após a parada de sua pulsação;
- O banho deve ser ao lado da mãe e preferencialmente dado pelo pai;
- O parto Leboyer pode ser feito na água, no parto normal ou cesariana.
Conversamos com a consultora materna Dayse Melo, que fala sobre a importância do obstetra: “O trabalho de Frédérick Leboyer é o que eu chamaria de ‘olhar o outro desde o primeiro instante com amor e respeito’, literalmente. A preconização do parto sem violência, tornando a primeira experiência do bebê fora do útero mais calma e tranquila, é fantástica”, acredita.
“Estudos demonstram que, trazer mais segurança para o bebê, logo no primeiro momento, com suave toque nas costas, pouca iluminação no ambiente e aquecimento adequado é sem dúvida uma delicadeza ao receber o ser humano”, completa Dayse.
Leboyer também é responsável pela divulgação da Shantala, técnica milenar indiana de massagem. O autor do livro “Shantala, massagem para bebês: uma arte tradicional”, se interessou pelo tema após visitar a Índia e ver uma mulher massageando seu filho.
“Sim, os bebês têm necessidade de leite, mas muito mais de serem amados e receberem carinho. Serem levados, embalados, acariciados, pegos e massageados”. LEBOYER