Beijo é sinônimo de carinho, mas pode ser um perigo quando o beijo é dado em bebês, pois seu organismo é indefeso e “presa” fácil de fungos e bactérias. Essas bactérias e fungos podem ser encontradas na saliva de adultos ou crianças maiores, por isso o beijo em bebês é altamente desaconselhável, especialmente na boca e nas mãos.
Além de gripes, resfriados, infecções na garganta e herpes, o hábito de beijar os filhos pequenos na boca pode transmitir Mononucleose Infecciosa (também conhecida como febre glandular, doença de Pfeiffer ou doença de Filatov), alerta a pediatra do Grupo São Cristóvão Saúde, Dra. Claudia Conti. Conhecida como a Doença do Beijo por ter a saliva como principal condutora do vírus Epstein-Barr (EBV), a Mononucleose afeta principalmente as crianças. “O contágio também pode acontecer por meio do compartilhamento de objetos pessoais, por exposição à tosse ou espirro”, explica.
A melhor maneira de prevenir a doença, portanto, é evitar que a criança leve à boca objetos utilizados por outras crianças ou adultos. A pediatra indica que os pais de crianças pequenas evitem beijá-los na boca e sempre higienizem as mãos antes de pegá-los no colo. “Dessa maneira, reduzem bastante o risco de contaminar as crianças”, destaca.
A doença é confundida com uma gripe, pois apresenta sintomas semelhantes, como febre, fadiga, dor e inflamação na garganta, dor de cabeça e sensação de mal-estar.
“Ao apresentar o quadro de mononucleose, o indivíduo excreta o vírus até 18 meses após a infecção”, afirma o médico. “Nesse período, ele pode infectar outras pessoas durante contato próximo ou prolongado”, complementa.
Há, ainda, outras formas de contágio que são mais raras, mas ainda assim podem ocorrer e exigem atenção. São os casos de contaminação por transfusão de sangue e via transplacentária. A pediatra do Grupo São Cristóvão Saúde explica que, quando a gestante adquire o vírus durante a gravidez, pode acontecer a transmissão ao feto pela placenta.
Nesse caso, o bebê pode apresentar os sintomas nas primeiras semanas do nascimento. “Mesmo que não haja um controle se a criança foi contaminada na barriga ou depois do nascimento, é importante ter atenção redobrada, pois os recém-nascidos são os mais vulneráveis aos sintomas”, reforça Dra. Claudia.
Diagnóstico e prevenção
A suspeita de contaminação pode ser indicada em um hemograma. Nesse caso, o médico irá solicitar a confirmação laboratorial através da resposta sorológica. “Se o exame detectar a presença de anticorpos heterofilos e/ou a presença de anticorpos específicos, a presença do vírus da Mononucleose pode ser confirmada”, diz. A partir daí, o tratamento inclui repouso e uso de medicação para redução dos sintomas, conforme orientação do médico.