No sábado, 21 de maio, aconteceu a palestra exclusiva da psicoterapeuta Laura Gutman organizada pelo Somos Mães de Primeira Viagem. Nesse período foram abordados uma série de temas sobre o universo materno, como afeto, dedicação, vida a dois, as consequências de uma boa relação entre mãe e bebê, além da biografia humana, técnica da terapeuta.
Laura ressaltou durante toda a palestra a importância do amor entre mãe e bebê, que traz uma série de benefícios para a vida da criança no futuro. Já no início, Laura perguntou o que as mães queriam ouvir e pediu para que víssemos tudo com outro olhar: “Assista a palestra do ponto de vista da menina e menino que fomos.”.
Tudo foi pautado por uma situação em que Laura colocou a mãe e o bebê dentro de um tanque onde eles compartilhavam cuidados e afeto, e ela se referiu a essa relação como fusão: “A fusão emocional é maravilhosa! A única coisa que precisamos entender é que não podemos ter medo.”.
A relação de afeto entre mãe e bebê é crucial para um crescimento saudável e uma fase adulta mais tranquila: “Nascemos imaturos, absolutamente carentes de cuidados maternos”, explicou Laura. E a mãe precisa se entregar de corpo e alma para essa nova experiência: “A criança para desenvolver a capacidade de amar precisa ter sido amada.”, completou.
Quando perguntada sobre as mães que colocam sobre o filho uma camada extra de superproteção, Laura foi incisiva: “O amor em excesso pode ser abuso.”. Ela ainda afirmou que uma hora as crianças precisam se distanciar das bolhas que são colocadas pelos pais e brincar, conhecer novas atividades e ter novas experiências. E que o momento certo para isso acontecer é o filho quem decide: “A criança é quem escolhe a hora de se separar e isso pode acontecer de forma lenta e progressiva.”.
Além disso, a psicoterapeuta explicou a importância de fazer a biografia humana, que segundo ela, pode ajudar mães a encontrar respostas para determinadas crises ou situações. “A biografia humana é uma forma de abordar o universo de cada indivíduo.”, afirmou.
Laura ressaltou várias vezes a importância de se investigar o que aconteceu na infância da mãe através da biografia humana: “Uma crise é a oportunidade para se encontrar consigo mesmo”. A escolha mais coerente para a mãe é procurar entender o que está faltando e assim tentar corrigir as crises.
Mães que viveram infâncias conturbadas e com lares repletos de relações conflituosas podem crescer com uma espécie de casca. E, nesse caso, o amor se torna algo intolerável: “A única coisa que a mãe vai fazer é se salvar o tempo todo da própria infância”. E ainda afirmou que o instinto materno não está no “querer ser mãe” e que ele nasce junto com a criança: “O instinto materno aparece quando nasce a criança em boas condições, não está no querer ser mães.”.
E uma criança que cresce em um ambiente conturbado, cheio de conflitos pode distorcer a visão dela sobre as relações na fase adulta: “Se durante a infância o meu âmbito de amor vinha com conflitos, por causa disso eu vou crescer e vivenciar relações cheias de crises. Pois, se não há conflito, não há amor.”.
Laura o tempo todo citou o seu livro A Maternidade e o Encontro Com a Própria Sombra: “Junto com o parto, nasce a sombra que a mãe herdou”. No livro ela defende que a maternidade garante um encontro da mulher com a própria infância, na qual ela chama de sombra.
Mas, mesmo com toda essa sombra as mulheres têm bebês que esperam por amor, afeto e cuidados. E que estudar o passado é uma forma de proporcionar o amor de forma mais pura e intensa: “As crianças estão o tempo todo desesperadas pedindo suas mães.”. E o estudo do nosso emocional pode nos dar esclarecimentos e ajudar a resolver conflitos, já que, de acordo com ela, no campo emocional não existem muros.
Quando nos sujeitamos a discutir nossas relações no passado, nossa infância, tudo pode se resolver com mais facilidade: “Tudo que possamos pensar, resolver, discutir não é para nós, é para as próximas gerações.”, ressaltou a psicoterapeuta.
A relação entre mãe e filho é muito genuína e extremamente importante, e a lição mais importante que Laura nos deu na palestra é que o amor é maior que tudo: “Não existe algo mais bonito que os olhos de bebês apaixonados” diz Laura.
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Fotos: Luciana Cardoso