A chegada de um filho altera completamente a rotina do casal. As noites entre amigos, as comemorações regadas a vinho e cerveja e os longos períodos fora de casa não são mais possíveis por um bom tempo. A dinâmica familiar e as prioridades precisam adaptar-se ao recém-nascido, dependente e indefeso, que consome muito tempo e energia dos pais. As novas responsabilidades exigem organização das duas partes e a falta dessa iniciativa pode acarretar em divergências.
Segundo Luciano Passianotto, psicoterapeuta e terapeuta de casais, é necessário que a maternidade/paternidade não seja vista romanticamente, pois a realidade das noites mal dormidas, insegurança ou ansiedade no cuidado com o bebê trazem cobranças mútuas, mesmo que veladas e isso pode acarretar momentos de muito estresse.
Aliado a tudo isso, a puérpera passa pelo baby blues – período de melancolia e tristeza normais no primeiro mês de vida do bebê.
O cansaço e as diversas responsabilidades podem causar conflitos principalmente no primeiro ano de vida da criança, considerado um momento frágil e desgastante, já que os pais precisam estar sempre alertas.
As discussões sempre acontecerão, principalmente na criação do primeiro filho. Mesmo que os conflitos diminuam quando a criança se torna mais estável, quando os pequenos crescem as demandas e desafios mudam, causando novos questionamentos.
“Da mesma forma que nas demais situações em que o casal pensa diferente, eles devem se comunicar bastante, expor seus desejos e frustrações e buscarem chegar a um acordo em que ambos façam concessões e tenham obrigações”, afirma o especialista.
Quando houver discussão, não adianta escondê-la das crianças, que possuem uma boa percepção para identificar algo errado. Porém, quando as discussões forem mais acaloradas ou possuírem como tema a própria criança, deve-se evitar tê-las na presença do filho. Se o casal não consegue trabalhar em conjunto para resolver suas divergências, a terapia e ajuda de um profissional pode melhorar a comunicação e diminuir a intensidade e frequência das brigas.
Além disso, é importante que o casal invista em um tempo e energia na relação, para que tenham um relacionamento saudável. O afastamento de ambos pode ser prejudicial para a estrutura familiar.
“Por mais que o bebê seja dependente e a prioridade, a relação do casal não deve ser sacrificada para que eles sejam bons pais”, explica Passianotto.
Os pais precisam agir de maneira adulta, analisando as necessidades de cada um e dos filhos para tomarem as melhores decisões.
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