Cada vez mais as telas ocupam o tempo de nossas atividades no dia a dia. Seja assistindo TV, usando o computador, o celular, ou fazendo tudo isso ao mesmo tempo. E esse comportamento começa cada vez mais cedo. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o recomendado é que o uso de telas fique limitado a uma hora por dia para crianças de dois a cinco anos de idade, e duas horas, para crianças de seis a 10 anos.
O neuropsicólogo Daniel Vieira explica porque o uso é prejudicial para o desenvolvimento infantil “Quando falamos da primeira infância, até os 5 anos de idade, estamos falando de um momento crucial, da construção de uma arquitetura cerebral. Nessa fase, várias conexões estão sendo feitas e, certamente, as experiências vão reverberar na vida toda do indivíduo. É o momento de estimular brincadeiras com objetos concretos e atividades sensoriais”.
É necessário que, durante a primeira infância, a criança passe por diversas experiências, que devem ir do prazer à frustração, da permissão à proibição, para que assim possa desenvolver processos de aprendizagem, que não prejudiquem a linguagem e a convivência social, por exemplo.
Apesar de parecerem atrativas, as telas são o recurso menos eficazes quando se fala em desenvolvimento. “A criança precisa de mediação para se desenvolver, e isso só pode ser feito por humanos”, afirma o neuropsicólogo.
Os adultos também não ficam imunes aos prejuízos do uso excessivo de telas. “As famílias como um todo precisam se organizar para terem mais momentos de conversa presencial, de corpo e mente. Se por um lado, talvez as crianças de hoje sejam adultos que não se lembrem das histórias contadas pelos avós, os adultos não conseguem se desconectar. Saem do trabalho mas, mesmo após bater o ponto, levam o trabalho no bolso. Quando querem descansar, usam a tela para se distrair. É uma utilização desenfreada e sem consciência.”, alerta Daniel Vieira.
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