Condição temporária afeta até 80% das mães; saiba o que diferencia o baby blues da depressão pós-parto e quando buscar ajuda
As primeiras semanas após o nascimento do bebê costumam trazer oscilações emocionais que vão de uma melancolia leve a quadros mais intensos. O baby blues, que atinge até 80% das mães, tende a desaparecer sozinho, enquanto a depressão pós-parto pode durar meses e exige atenção profissional. A psicóloga perinatal Rafaela Schiavo*, fundadora do Instituto MaterOnline, explica como diferenciar os sinais e em que momento é importante buscar ajuda.
Sintomas do baby blues e depressão: De acordo com a psicóloga perinatal, o baby blues é uma reação emocional passageira logo após o parto, que não interfere nas atividades cotidianas, caracterizada por:
- Choro fácil
- Irritabilidade
- Mudanças repentinas de humor
Esses sintomas geralmente desaparecem em até duas semanas.
Já a depressão é mais grave e pode durar por meses, e traz sintomas como:
- Tristeza intensa e persistente
- Cansaço extremo que não melhora com descanso
- Dificuldade em criar vínculo com o bebê
- Alterações no apetite (comer demais ou muito pouco)
- Pensamentos negativos, como sentimentos de fracasso ou culpa
Quem está mais vulnerável?Mulheres com histórico de depressão, complicações no parto, falta de apoio ou que passaram por traumas emocionais têm mais chances de desenvolver depressão pós-parto. Rafaela reforça que o acompanhamento psicológico pode ajudar a prevenir ou tratar precocemente.
Quando buscar ajuda?A psicóloga alerta que, se os sintomas do baby blues persistirem por mais de duas semanas ou se agravarem, pode ser um sinal de depressão. “Nesses casos, busque orientação de um psicólogo ou psiquiatra. O tratamento inclui psicoterapia e, em algumas situações, medicação. A participação da família também é importante na recuperação”, alerta.
Segundo Rafaela, algumas mudanças na rotina fazem diferença na recuperação:
- Peça ajuda. Tarefas do dia a dia podem parecer impossíveis, e isso é normal. Não hesite em acionar sua rede de apoio.
- Reserve momentos para cuidar de você. Mesmo pequenos intervalos podem ajudar.
- Evite comparações e padrões irreais de maternidade. Cada mãe tem uma experiência única.
- Converse sobre os desafios emocionais durante a gravidez e o pós-parto. O diálogo aberto e o acompanhamento psicológico ajudam no preparo emocional dos desafios dessa fase.
*Profª-Dra. Rafaela de Almeida Schiavo é psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline. Desde sua formação inicial, dedica-se à saúde mental materna, sendo autora de centenas de trabalhos científicos com o objetivo de reduzir as elevadas taxas de alterações emocionais maternas no Brasil.
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