Conviver com o nariz congestionado e seus efeitos é um incômodo sentido por muitas pessoas e em diversas situações – desde resfriados, passando por infecções virais ou bacterianas até processos alérgicos ou alterações anatômicas. Para amenizar o quadro, uma das alternativas mais rápidas é o uso do descongestionante nasal, sobre o qual paira uma dúvida: o uso dele de modo frequente faz mal?
Para esclarecer essa dúvida, a otorrinolaringologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Cleonice Hitomi Watashi Hirata, explica como se dá a atuação do fármaco na região do nariz. Segundo ela, as substâncias vasoconstritoras encontradas nas fórmulas dos descongestionantes contraem os vasos e consequentemente provocam a diminuição do fluxo sanguíneo na região, reduzindo o edema da mucosa e facilitando a passagem do ar.
Esse alívio temporário causado pelo medicamento traz benefícios em algumas situações. “O uso tópico pode ser administrado em quadros pós-operatórios quando há processo inflamatório e em situações de infecções agudas de rinites e sinusites infecciosas”, explica. “Mas é preciso reforçar que nestes casos o uso deve ser sempre temporário”, alerta a otorrinolaringologista.
A ênfase da médica é motivada por um fato: o uso frequente e contínuo do descongestionante nasal cria dependência, aumentando a quantidade de vezes em que a aplicação é necessária e, por fim, resultando em uma rinite medicamentosa. Outros riscos estão associados a fatores como idade, gravidez, período de amamentação e condições de saúde. “As opções orais devem ser administradas somente em crianças a partir dos 4 anos de idade.
Nas grávidas, o uso deve ser evitado devido aos efeitos colaterais que vão desde alterações na frequência cardíaca e de pressão até no sistema nervoso central”, pontua. “Pacientes com antecedentes de isquemia cardíaca, hipertensão, alterações hormonais como hipertireoidismo, diabetes, glaucoma e uso de outros medicamentos devem ser bem avaliados antes da prescrição de descongestionantes”, conclui.