10 verdades sobre reprodução assistida que ninguém te conta

Especialista da Geare reúnem informações importantes sobre os bastidores da reprodução assistida, aspectos emocionais, práticos e físicos que nem sempre aparecem nas conversas e estatísticas

Junho marca o Mês Mundial da Conscientização sobre a Infertilidade, um movimento global que busca jogar luz sobre um tema que, apesar de impactar milhões de pessoas no mundo, ainda é cercado de tabus, desinformação e silêncio.
 

A jornada reprodutiva — seja por meio do congelamento de óvulos, fertilização in vitro (FIV) ou outros tratamentos de reprodução assistida — envolve muito mais do que exames, hormônios e procedimentos. Existe um lado emocional que raramente ganha espaço nas conversas, nos consultórios e até mesmo nos grupos de apoio.
 

Enquanto o número de procedimentos de congelamento de óvulos cresceu mais de 60% nos últimos cinco anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), uma pergunta permanece: por que ainda se fala tão pouco sobre os impactos emocionais dessa jornada?
 

“Muitas pacientes chegam extremamente bem informadas sobre taxas de sucesso e detalhes técnicos dos tratamentos, mas completamente despreparadas para viver o turbilhão emocional que esse processo pode trazer”, afirma a Dra. Isis de Negreiros Costa, especialista em reprodução assistida da Geare, unidade do FertGroup em Recife e João Pessoa.
 

Na prática, por trás dos protocolos médicos, das estatísticas e das tecnologias de ponta, há um universo de emoções, dúvidas, medos e descobertas que fazem parte desse caminho. E falar sobre isso torna a caminhada mais leve, consciente e, muitas vezes, mais potente.
 

A seguir, a Dra. Isis de Negreiros reuniu 10 verdades que refletem os bastidores da reprodução assistida, experiências e aprendizados que ajudam quem deseja entender melhor suas opções, cuidar da fertilidade e construir seu próprio caminho.
 

1. O tempo emocional não espera o tempo biológico

Enquanto sua carreira avança, relacionamentos se transformam e projetos de vida se desenvolvem, seus óvulos seguem um relógio que não negocia. A fertilidade começa a declinar de forma mais significativa a partir dos 35 anos, mas essa queda é um processo que se inicia ainda antes — de forma mais sutil e gradual, e muitas mulheres se surpreendem ao descobrir que o momento ideal biológico raramente coincide com o momento ideal emocional, financeiro ou profissional para ter filhos.
 

2. Congelar óvulos não é garantia, é possibilidade

Congelar óvulos é investir em possibilidades, não certezas. Apesar dos avanços da tecnologia, as taxas de sucesso variam consideravelmente, principalmente conforme a idade em que os óvulos foram congelados e a quantidade preservada. Quanto mais jovem você congela, melhor a qualidade dos óvulos, mas ainda assim não há garantias de 100%.
 

3. O processo hormonal pode gerar efeitos, mas não é regra

Durante a estimulação ovariana, o uso de hormônios pode, em alguns casos, provocar efeitos como inchaço, sensibilidade emocional ou cansaço. No entanto, isso não acontece com todas as pacientes e não significa que seu corpo vai passar por grandes transformações. Esses efeitos estão mais relacionados a uma predisposição individual — como tendência à retenção de líquidos, enxaqueca ou maior sensibilidade emocional. Muitas mulheres passam por essa etapa sem apresentar sintomas significativos. É normal, por exemplo, sentir a barriga um pouco mais inchada, já que os ovários aumentam temporariamente de tamanho, mas tudo volta ao normal após a punção dos óvulos.
 

4. O custo vai além do financeiro

O investimento não é só monetário (embora este seja substancial). Há um custo emocional em viver com a incerteza, um custo físico nos procedimentos, e um custo social em navegar perguntas e expectativas de familiares e amigos que nem sempre entendem sua escolha.
 

5. A solidão pode aparecer mesmo cercada de apoio

Mesmo com parceiros, família e amigos presentes, o caminho da reprodução assistida pode ser profundamente solitário. A responsabilidade das decisões, as injeções diárias, as esperanças e medos muitas vezes são experiências que apenas quem passa consegue realmente compreender.
 

6. A culpa e a pressão social são fantasmas constantes

Nossa sociedade ainda julga silenciosamente quem “espera demais” ou “prioriza a carreira”. Você pode se pegar questionando suas escolhas passadas ou sentindo que precisa justificar decisões pessoais. Lembre-se: não há caminho perfeito na construção de uma família.
 

7. Entre procedimentos, a vida continua acontecendo

Reuniões importantes no dia de coleta de óvulos. Um evento familiar durante a estimulação ovariana. A vida não para para seus tratamentos, e equilibrar tudo isso pode ser extremamente desafiador. A flexibilidade se torna sua maior aliada.
 

8. O luto por possibilidades não realizadas é real

Quer você esteja congelando óvulos como precaução, em processo de fertilização in vitro ou implantando embriões, há momentos de confrontar caminhos que talvez tenha imaginado diferente. Esse luto pelas possibilidades que não se concretizaram é válido e precisa ser processado.
 

9. As estatísticas são importantes, mas você não é um número

Materiais técnicos falam em porcentagens, taxas de sucesso e probabilidades. Mas no fim do dia, você é uma pessoa inteira, não um dado estatístico. Sua jornada será única, independentemente do que os números sugerem.
 

10. A força que você descobrirá em si mesma será surpreendente

Ninguém menciona que, independente do resultado, você descobrirá uma resiliência que não sabia possuir. A capacidade de enfrentar decepções, celebrar pequenas vitórias, adaptar-se a novos planos e continuar seguindo em frente é uma transformação profunda que acompanhará você muito além da jornada reprodutiva.
 

Para a Dra. Isis de Negreiros, essas são verdades que raramente estão em cartilhas informativas, livros técnicos ou guias práticos, mas que habitam as entrelinhas de cada história. “Situações que, quando nomeadas, se tornam mais leves de entender e de enfrentar. Desafios comuns a pacientes tão diferentes, mas que podem se apoiar ao compartilharem essas vivências”, conclui.


Sobre o FERTGROUP

O FERTGROUP é o maior e mais inovador grupo especializado em reprodução humana do Brasil, atualmente está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Distrito Federal e Bahia por meio das marcas Fertility, Vida Bem Vinda, Gerar Vida, Primordia, Vida, Geare, FertVida, Verhum e Gestare.
 

Somos Mãeshttps://somosmaes.com.br/
A Somos Mães é uma ONG e uma empresa do setor 2,5 que nasceu em agosto de 2014. Com o objetivo de informar e acolher, produz conteúdo que impacta diariamente mais de 300 mil pessoas. Tem dois projetos incentivados pela Lei Rouanet.

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